O Estado de S. Paulo

Heróis dos alternativ­os, Built To Spill vem ao Brasil pela 1ª vez

Agora um trio, banda norte-americana criada nos anos 1990 promete shows ‘greatest hits’ em Minas e São Paulo

- Pedro Antunes

Doug Martsch, herói dos alternativ­os ao liderar, há 26 anos, a banda Built To Spill, já viu a guitarra ser idolatrada por gravadoras e rádios. Também viu o espaço para seu som, uma herança da entrega de Neil Young fundida com o descomprom­isso de formato do Pavament e as melodias tortas e melancólic­as de Dinosaur Jr., desaparece­r.

O heroísmo de Martsch está, justamente, em seguir em frente. Desde 1992, quando fundou o grupo – na época, com a ideia que nunca deu certo de alternar a formação a cada álbum – ele seguiu. Não inventou a roda, mas a fez girar como poucos, nunca rápida demais, tampouco mais vagarosa do que o necessário. Assim, constituiu a consistent­e discografi­a do Built To Spill, formada por oito discos.

De casa, em Idaho, nos Estados Unidos, Martsch atende à ligação do Estado para celebrar a primeira vez da banda no Brasil, em novembro. Pousarão, primeiro, em Belo Horizonte, no dia 8 de novembro, e seguem para São Paulo, com apresentaç­ão no Fabrique, na Barra Funda, no dia 9 – os ingressos para o show paulistano custam R$ 100.

“Vamos fazer uma espécie de ‘greatest hits’”, brinca Martsch o vocalista e guitarrist­a. “A nossa ideia é tocar um pouco de cada disco nosso, já que é a primeira vez que vamos fazer essa turnê pelo Brasil.” Com isso, saiba, o Built To Spill não vai ficar sem tocar suas canções mais populares, caso de Carry The Zero e The Plan (do disco Keep It Like a Secret, de 1999), ou Liar e Goin’ Against Your Mind (de You In Reverse, de 2006). “Na verdade, Carry The Zero acho que é a música que mais tocamos ao vivo. São poucas as vezes que não a mostramos nos shows, muito poucas.”

No tempo dele, Martsch tem sentado no sofá da casa dele com um violão no colo e arrisca alguns trechos de música. “Às vezes, toco e assisto ao basquete”, ele diz. Quando encontra algum trecho que lhe parece bom o suficiente, registra-o em um gravador de fita cassete. “E, depois, em algum momento, vou ouvir essas gravações e ver se elas se encaixam”, ele explica. Um novo disco da banda – agora formada somente por Steve Gere e Jason Albertini – está em construção. “Adoraria conseguir fazer várias músicas de uma só vez”, ele admite, ri, e brinca: “Mas não tenho mais tantas ideias assim”.

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