Para os russos é ‘aguinha’
Nem adianta destilar a vodca mil vezes, o sabor da história russa estará sempre impregnado nessa bebida. Desde o século 15, com o desenvolvimento da destilação, o czar Ivã III transformou sua produção em monopólio estatal. Em 1765, a rainha Catarina, a grande, fã do destilado, deixou que a nobreza entrasse no negócio.
Filósofos como Voltaire, Kant e o poeta alemão Goethe também tornaram-se fãs da bebida. Assim como os soldados russos, que espalharam o produto por todo o continente europeu. Bem mais tarde, com a revolução comunista, Lenin proibiu o consumo da vodca dizendo que ela tirava o ímpeto revolucionário dos trabalhadores.
Mas qual o quê? Não demorou e Stalin, que sucedeu Lenin, liberou e incentivou o consumo – aumentando o teor alcoólico para 50%. Não à toa, o poeta russo Vladimir Maiakovski sentenciou: “Melhor morrer de vodca do que de tédio.” Agora, se você não for tão dramático e, definitivamente, não tiver nenhuma intenção de morrer de vodca, cuidado com a sua sede. Se algum russo brincalhão arriscar o português e te oferecer uma “aguinha”, saiba pelo menos o básico do idioma russo – e o básico é saber que “aguinha” é a tradução de vodca.
Atualmente, depois de diversas campanhas do Ministério da Saúde da Rússia, o consumo anual de vodca no país se estabilizou em 13,9 litros por pessoa. Na época da União Soviética, esse consumo batia nos impressionantes 30 litros anuais por pessoa. Nos dias de jogos da Copa, pelo menos em Moscou, a venda de vodca será proibida num raio de dois quilômetros dos estádios.