Com Tite, sai o ‘jeitinho’ e entra a ciência nos treinos
Relatórios, estatísticas e dossiês formam esquema de trabalho.
Tite se encaminha para quebrar um paradigma na seleção brasileira. Em uma equipe de histórico de pouca manutenção de comandantes do ciclo de uma Copa a outra, o atual treinador é o favorito a bater o recorde de permanência no cargo, pois deve renovar contrato depois do Mundial da Rússia e assegurar a continuidade pelo menos até a Copa no Catar, em 2022.
Se isso se confirmar, serão seis anos de Tite no comando. O treinador mais longevo na história da seleção é Flávio Costa, que ficou no comando por mais de cinco anos, entre janeiro de 1945 até a derrota na final da Copa do Mundo de 1950, em julho daquele ano. Somente Zagallo conseguiu dirigir o Brasil por duas competições consecutivas (1970 e 1974) da Fifa, feito que pode ser repetido por Tite.
A exemplo da cultura existente nos clubes do futebol nacional, a seleção não costuma ter paciência com tropeços de treinadores. Geralmente a permanência dura até somente a próxima edição. Quem não ganha, perde o emprego. Simples assim. Já quem vence a disputa opta por encerrar o trabalho em alta, evitar o desgaste e procurar outros desafios na carreira.
Os dois últimos campeões mundiais pelo Brasil, Carlos Alberto Parreira (1994) e Luiz Felipe Scolari (2002), fizeram isso logo depois de garantir o título. Ambos, no entanto, tiveram nova passagem pelo cargo anos depois e acabaram vítimas do sistema de rotatividade de treinadores, ao saírem após fracassarem na tentativa de busca do hexa. A continuidade de Tite na seleção é bastante provável. O contrato atual termina depois do Mundial, porém há um entendimento prévio para prolongar a passagem do técnico.