Estilo próprio
Substituto do experiente Daniel Alves, Danilo imprime sua marca na defesa da seleção
A lateral direita do Brasil não parece ser problema para a Copa do Mundo da Rússia. Apesar do trauma da equipe por perder às vésperas da convocação Daniel Alves, titular absoluto e mais experiente do grupo, o técnico Tite tem visto o substituto imediato Danilo corresponder às expectativas, ganhar pontos pelas atuações seguras e se entrosar bastante com o elenco.
Reserva do Manchester City, Danilo não foi dos maiores frequentadores das listas de Tite desde a chegada do técnico ao cargo, em junho de 2016. Até a lista final para a Copa do Mundo, foram dez convocações, nas quais somente em três o lateral esteve presente. A primeira chance de atuar sob o comando do treinador foi só em novembro do ano passado, após as Eliminatórias. Na viagem rumo à Rússia, o jogador embarcou já no trecho final, porém conseguiu lugar nobre.
“A seleção está muito bem servida de jogadores de defesa, tanto os laterais como os zagueiros. Todos aqui do grupo estão preparados para assumir qualquer responsabilidade”, afirmou o goleiro Alisson.
Danilo só consegue agora ter uma sequência com a camisa da seleção brasileira. O lateral foi titular nos dois amistosos, contra Croácia e Áustria, e mostrou não ter sentido a responsabilidade de se tornar titular na vaga de um dos principais ícones do time. A apenas 37 dias da Copa, a lesão no joelho direito (durante embate entre o PSG e o Les Herbiers), tirou da seleção de Tite o experiente Daniel Alves, de 35 anos, líder pela experiência e muito querido pelo grupo pela personalidade brincalhona e extrovertida.
Mais calado, Danilo soube que ganharia chance de virar titular no Mundial logo na entrevista coletiva dada por Tite no momento da convocação. A chance iria para um lateral que até então tinha disputado somente 16 jogos pela seleção e não havia vivenciado ativamente a construção deste grupo rumo à Copa do Mundo. O seu agora reserva imediato, Fagner, foi chamado pelo treinador bem mais vezes: sete.
Estilo próprio. A personalidade é o segredo para Danilo conseguir fazer a seleção não sentir nesta preparação a falta de Daniel Alves. O lateral foi seguro nos dois amistosos antes do início do torneio (contra Croácia e Áustria), eficiente na marcação e entrosado ao sistema de jogo para apoiar o ataque nos momentos certos. Durante os treinos realizados pela equipe de Tite em Londres, ele ainda foi na contramão dos discursos neutros tão comuns no futebol e, em pleno auge da crise dos caminhoneiros, defendeu o movimento. “Eles estão certos”, disse ele, filho de excaminhoneiro.
A inserção ao grupo formado nos últimos dois anos não demorou a se concretizar. Danilo encontrou na seleção três amigos de Manchester City: Fernandinho, Ederson e Gabriel Jesus. Juntos, os brasileiros do clube inglês assim como o português do elenco, Bernardo Silva, formam um grupo unido fora de campo também.
De longa data. Além disso, o lateral também é amigo de Neymar. Os dois se conheceram ainda no Santos, onde ganharam o Campeonato Paulista e a Libertadores de 2011, mesmo ano em que também dividiram convocações da seleção brasileira de base.
“Todo mundo aqui na seleção vive um grande entrosamento. É muito bom, nem se fala. O grupo tem um ambiente ótimo, tanto dentro como fora de campo”, garantiu o goleiro Alisson.
A seleção está muito bem servida de jogadores de defesa Alisson, GOLEIRO DA SELEÇÃO BRASILEIRA