O Estado de S. Paulo

Pressão na estreia argentina

Primeiro teste de Messi será a Islândia, que quer repetir ‘milagre’

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Autor do gol que deu o título mundial à Argentina na final da Copa de 1986, no México, Jorge Burruchaga coloca pressão no time do astro Lionel Messi, na Rússia. “Temos obrigação de estar entre os quatro primeiros”, afirmou o ex-atacante, que hoje atua como gerente-geral da seleção argentina.

Apesar do seu otimismo ao projetar a campanha da seleção do seu país, o dirigente admite que é uma tarefa complicada entrar na luta por uma vaga na decisão de um Mundial. “Não é fácil chegar às semifinais de uma Copa quando você considera as grandes equipes que estarão lá. Por isso não é um objetivo fácil”, frisou Burruchaga, que fez o gol da vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental após receber passe de Maradona, 32 anos atrás, na decisão do Mundial em solo mexicano.

Aquele foi, por sinal, o último gol do esquadrão em final de Copa do Mundo. Depois daquela edição, a Argentina disputou os títulos de 1990, na Itália, e de 2014, no Brasil. Nas duas ocasiões, sofreu derrota para os alemães por 1 a 0.

O ídolo argentino comentou sobre o atual momento da seleção comandada pelo técnico Jorge Sampaoli, que sofre críticas da imprensa local. “Nós que jogamos em uma Copa sabemos muito bem que sempre haverá críticos, mas o mais importante é manter a calma e ter confiança em si”, disse Burruchaga, em entrevista à Fifa TV.

“A cada dia que passa, os jogadores estão se sentindo melhor, mais soltos, mais envolvidos com o que o técnico está procurando. Temos um elenco excelente, tão bom quanto qualquer outro no mundo, e esperamos fazer um grande torneio”, continuou o ex-atacante, confiante.

Para Burruchaga, a boa campanha no último Mundial, no qual a seleção também era criticada antes da competição, serve como aprendizad­o, mas ficou no passado. “Foi um objetivo bem alcançado: o vice-campeonato em uma Copa do Mundo não é uma tarefa fácil. É claro que você acaba querendo mais, transforma­ndo as coisas na sua cabeça. Mas agora é passado. Temos de seguir em frente.”

O gerente da Argentina ressalta que a estreia contra a Islândia, amanhã, às 10 horas (de Brasília), em Moscou, será decisiva para as pretensões da equipe na sequência da competição. “Ao ganhar algo que provavelme­nte conseguire­mos, gera confiança, segurança e eleva a autoestima”, finalizou Burruchaga.

Do outro lado. O técnico da Islândia, Heimir Hallgrimss­on, tirou da sua equipe qualquer peso sobre performanc­e do país na Copa. De quebra, jogou o favoritism­o e a pressão para o lado da Argentina. “Os torcedores argentinos exigem que sua seleção conquiste a Copa. Não existem essas reivindica­ções para a equipe islandesa. Nesse sentido, não vamos ‘quebrar’ tantos corações se não vencermos a partida, como seria o caso na Argentina”, afirmou Heimir Hallgrimss­on ao site da Fifa.

“Acho que sempre haverá pressão sobre a Argentina para vencer a Copa do Mundo”, completou o treinador, que divide o trabalho no futebol com seu consultóri­o de dentista na Islândia, um país de 335 mil habitantes e o menor a disputar um Mundial na história.

Apesar de o treinador minimizar a responsabi­lidade sobre seu time, os islandeses querem repetir o “milagre” da Eurocopa de 2016, quando caíram apenas nas quartas de final para a França. Durante a competição, surpreende­ram grandes seleções, como a Inglaterra. Nas Eliminatór­ias, ganharam da Holanda e da Turquia.

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JONATHAN NACKSTRAND/AFP Preparação. Jogadores da Islândia treinam

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