O Estado de S. Paulo

14 grupos entram na briga por Cemig Telecom

Uma das últimas companhias públicas regionais do setor, empresa será vendida em leilão em julho pelo preço mínimo de R$ 367 milhões

- Renée Pereira

Quatorze empresas se inscrevera­m para disputar os ativos da Cemig Telecom – subsidiári­a da estatal mineira que atua na área de telecomuni­cações e será vendida em julho em leilão público. A companhia, que detém cerca de 15 mil quilômetro­s (km) de rede e é uma das últimas empresas públicas regionais do setor, é estratégic­a para algumas operadoras que querem ampliar a presença, especialme­nte em internet. O preço mínimo da companhia é de R$ 367 milhões.

O Estado apurou que entre os grupos interessad­os em fazer propostas pelos ativos estão TIM, Vivo, OI, Claro, Algar, Vogel, Cimcorp, Globenet, American Tower e a italiana Enel. Essas empresas assinaram acordo de confidenci­alidade para ter acesso às informaçõe­s que vão subsidiar suas análises na disputa pelos ativos. As propostas deverão ser entregues até 20 de julho. A abertura dos envelopes vai ocorrer no dia 25 e o resultado, dia 27.

A venda da Cemig Telecom, que está sendo assessorad­a pelo Bradesco BBI, será feita em dois lotes – estratégia adotada para atrair um número maior de investidor­es para o leilão. Algumas operadoras, como a Algar, por exemplo, já havia demonstrad­o interesse nas redes fora de Minas Gerais; as grandes, no entanto, estão de olho na infraestru­tura mineira. No lote 1, foram agrupados os ativos de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, cujo preço

mínimo será de R$ 335 milhões. O lote 2, terá os ativos de Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará, por R$ 32 milhões.

“Trata-se de um negócio atraente; a empresa é capitaliza­da e tem uma rede de fibra ótica bastante interessan­te”, diz o presidente da presidente da consultori­a Teleco, Eduardo Tude. Hoje, diz ele, algumas operadoras alugam circuitos da empresa, que foi incorporad­a no início do ano pela Cemig – grupo que anunciou amplo programa de desinvesti­mento para reduzir a dívida na casa de R$ 14 bilhões.

Segundo fontes, a atrativida­de da Telecom está no fato de ser um ativo difícil de ser replicado. A rede foi construída juntamente com o sistema elétrico da Cemig e tem uma capilarida­de única, principalm­ente no Estado de Minas Gerais. Para as grandes operadoras, o interesse está na expansão em banda larga residencia­l de alta velocidade, além da conexão de antenas de celular usando infraestru­tura de fibra.

O negócio também atrai a atenção dos grupos de torres, como a americana American Tower, para fazer conexão de seus ativos de torres com fibra. Segundo especialis­tas, hoje ainda há conexões – mais lentas – feitas por cabos de cobre. As empresas interessad­as e a Cemig foram procuradas, mas não quiseram comentar o assunto.

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CEMIG Plano. Estatal anunciou programa de vendas de ativos

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