O Estado de S. Paulo

ESTATAIS RENASCEM COM NOVAS REGRAS DE GOVERNANÇA E GESTÃO PROFISSION­AL

As cinco maiores empresas controlada­s pela União melhoraram o resultado em R$ 50,9 bilhões em apenas dois anos

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Aadministr­ação das empresas estatais e de economia mista teve um avanço inegável na atual gestão, depois de anos de retrocesso. Um marco nessa virada foi a aprovação da Lei 13.303, de junho de 2016, que estipulou regras mais rigorosas para os gastos e critérios técnicos para a escolha de diretores e conselheir­os com o objetivo de livrá-las de ingerência político-partidária.

Juntamente com a mudança legal, o governo passou a cobrar mais eficiência do comando dessas empresas – e os resultados vieram. As cinco maiores empresas controlada­s pela União (Banco do Brasil, BNDES, Caixa, Eletrobras e Petrobras), que em 2015 haviam registrado um prejuízo somado de R$ 32 bilhões, fecharam 2017 com lucro de R$ 28,4 bilhões – uma melhora de R$ 50,9 bilhões em apenas dois anos.

A mudança mais emblemátic­a ocorreu na Petrobras, que tinha sido praticamen­te destruída por decisões de investimen­to equivocada­s, casos de corrupção e uso político da companhia para segurar a inflação. Em 2015, a Petrobras registrou um prejuízo de R$ 34,9 bilhões – e seu valor de mercado atingiu o fundo do poço. Endividada, desacredit­ada internacio­nalmente e rebaixada pelas agências de análise de risco para o grau especulati­vo, chegou a valer apenas R$ 67,8 bilhões em janeiro de 2016.

Com a nova administra­ção, tudo mudou. A empresa reavaliou os investimen­tos, cortou os custos, melhorou a gestão, inverteu os resultados e recuperou a confiança das agências de risco. Em dezembro de 2017, bateu o recorde de produção de óleo e gás no pré-sal: 1,69 milhão de barris por dia. No dia 16 de maio deste ano, pouco antes da greve dos caminhonei­ros e da mudança na presidênci­a, que trouxeram instabilid­ade passageira à companhia, atingiu o maior valor de mercado da história: R$ 388,8 bilhões. BB, CAIXA E BNDES Os bancos federais trilharam caminho semelhante. No Banco do Brasil (BB), o lucro líquido aumentou 54,2% em 2017, em comparação com o ano anterior, atingindo R$ 11,1 bilhões. Com a melhora no resultado, suas ações valorizara­m 147,6%, atingindo o pico de R$ 43,71 no dia 9 de março. A recuperaçã­o permitiu ao BB investir R$ 584,1 milhões em projetos sociais nos últimos 21 meses.

O desempenho da Caixa também foi impression­ante. Nos últimos dois anos, o banco aprimorou o modelo de governança, aumentou a eficiência e reduziu os índices de inadimplên­cia para os menores níveis de todo o mercado financeiro. Registrou em 2017 o melhor resultado de seus 157 anos de história: lucro de R$ 12,5 bilhões.

O BNDES também passou por mudanças importante­s, como a decisão de dar mais atenção às micro e pequenas empresas. O BNDES Giro, lançado em 2017, liberou R$ 6,6 bilhões em 12 meses, sendo que 40% dos recursos foram concedidos a companhias que nunca tinha acessado o banco. Além disso, reforçou seu papel de apoiador de grandes obras de infraestru­tura. No último ano, desembolso­u R$ 26,9 bilhões e aprovou financiame­ntos de R$ 29,7 bilhões para projetos do setor – um aumento de 29% em relação ao verificado em 2016.

Juntamente com o aprimorame­nto na gestão e a entrada em vigor da nova lei das estatais, o governo passou a controlá -las com mais rigor. O Ministério da Transparên­cia/CGU obteve uma economia efetiva superior a R$ 4,5 bilhões em 2017 com fiscalizaç­ões que resultaram em ações como eliminação de desperdíci­os, recuperaçã­o de quantias pagas indevidame­nte, redução de valores ou cancelamen­to de licitações e contratos desnecessá­rios.

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