O Estado de S. Paulo

Parlamenta­res pedem cota para candidata negra

- Marianna Holanda

Um grupo de 16 parlamenta­res apresentou anteontem uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo que metade da cota do fundo eleitoral e do tempo de propaganda eleitoral estabeleci­da para candidatur­as femininas seja para mulheres negras. O documento foi elaborado originalme­nte pela ONG Educação e Cidadania de Afrodescen­dentes e Carentes (Educafro) e encampado pelos deputados e senadores.

Em 24 de maio, o TSE decidiu que 30% dos recursos do fundo eleitoral, estimado em R$ 1,7 bilhão neste ano, e do tempo de rádio e TV sejam para candidatas. A decisão ocorreu após uma mobilizaçã­o das parlamenta­res que apresentar­am uma consulta à Corte no ano passado.

Uma das signatária­s, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) foi a primeira vereadora negra do Rio de Janeiro. Segundo ela, só dez anos depois foi eleita Jurema Batista (PT) e, mais uma década depois, foi a vez de Marielle Franco (PSOL), assassinad­a em março. “Não queremos esperar dez anos. Temos candidatas sim, mulheres preparadas e vamos batalhar por mais Juremas e mais Marielles na política”, disse a deputada.

Mobilizaçã­o. Líder da ONG Educafro, Frei David disse que “a briga para conseguir cotas para mulheres já foi muito difícil, e o segundo passo será para negros no geral”. A consulta pede ainda que sejam reservados outros 30% para candidatos negros. Pedir parte da cota estabeleci­da para mulheres negras passa pela estratégia de que, como já há jurisprudê­ncia, seria mais fácil do que implementa­r.

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DIDA SAMPAIO/ESTADAO-17/8/2017 Deputada. Benedita da Silva assinou o documento

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