O Estado de S. Paulo

Investigaç­ão aperta cerco à cúpula do presidente

- É JORNALISTA

Paul Manafort vai para a cadeia e os parafusos que o pressionam para revelar qualquer informação prejudicia­l que ele tenha sobre Donald Trump ficaram ainda mais apertados. A moção para revogar a fiança de Manafort diz algo sobre o procurador especial, Robert Mueller: ele leva o caso muito a sério.

É sabido que Mueller quer Manafort o mais desconfort­ável possível, na esperança de que ele troque a sujeira do presidente por clemência. Essa é a visão do juiz do caso, T.S. Ellis III, que disse aos promotores no mês passado: “Vocês não se importam com as fraudes bancárias de Manafort. Vocês querem informaçõe­s que esbarrem em Trump e levem ao impeachmen­t.”

A existência de tal informação não é certa. Mas, enquanto Mueller analisa a possibilid­ade de que a campanha de Trump tenha sido ajudada pela Rússia, Manafort é peça importante no caso. Vou repetir o que Amber Phillips, do blog “The Fix”, me disse na semana passada: “Além do presidente e sua família, talvez não exista um peixe maior que Manafort na investigaç­ão. Não está claro o que Manafort sabe, mas ele parece ser um alfinete entre Trump e a Rússia.”

Manafort estava na reunião na Trump Tower, durante a campanha, quando ele possivelme­nte flertou com a conspiraçã­o russa. E, de todos os funcionári­os da campanha, Manafort era quem tinha as maiores conexões pessoais e profission­ais com a Rússia. Segundo a equipe de Trump, o presidente não sabia sobre a reunião. Verdade? Só Manafort pode responder. Parece que Mueller, que ameaçou intimar o presidente, está jogando duro com pessoas próximas a Trump.

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