O Estado de S. Paulo

Brasil lidera o desafio

Seleção é a maior força latina contra a hegemonia europeia na disputa de Copas

- Wilson Baldini Jr.

Mais que a conquista do hexacampeo­nato, a seleção brasileira inicia amanhã, contra a Suíça, um desafio continenta­l: acabar com a hegemonia europeia em Mundiais. Afinal, nas últimas três edições, os representa­ntes do Velho Continente se sagraram campeões – Itália em 2006, Espanha em 2010 e Alemanha em 2014. Resta, portanto, além do Brasil, aos outros latino-americanos (Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia, México, Costa Rica e Panamá) a missão de tentar diminuir o placar geral de conquistas, que, por enquanto, aponta os europeus em vantagem: 11 a 9.

A julgar pelo otimismo de seus jogadores, o Brasil é o grande favorito a diminuir a diferença, pois, ao contrário de anos anteriores, os jogadores têm revelado uma confiança desbragada. “Tem de confiar, sonhar, não tem de segurar a onda, não. Pode falar que é brasileiro e pode sonhar. Estamos sonhando cada vez mais. Sonhar não é proibido”, disse um sorridente Neymar, domingo passado, depois da vitória por 3 a 0 no amistoso com a Áustria.

Discurso semelhante apresentou o volante Paulinho, para quem o Brasil pode ser considerad­o um dos favoritos ao título na Rússia. “As expectativ­as para o Mundial são as melhores possíveis. A gente sabe das dificuldad­es, os adversário­s estão bem, mas estamos fazendo um grande trabalho, praticando um futebol competente e alegre”, afirmou.

Mesmo sem a Itália na disputa, os europeus possuem um “time” grande de favoritos: os tradiciona­is alemães querem o bi consecutiv­o e o penta para se igualar ao Brasil. Os ingleses mostram um time renovado para levar para Londres o segundo caneco, ausente desde 1966. Os franceses correm por fora por mais uma taça sob a batuta de Pogba, Griezmann e Mbappé.

O emocionant­e empate por 3 a 3 ontem revelou as forças de espanhóis e portuguese­s. A Espanha compensa a troca de técnico com a presença de alguns remanescen­tes do título de 2010, além de apresentar jovens talentosos.

Campeão europeu, Portugal ainda depende quase que totalmente da inspiração do craque Cristiano Ronaldo para sonhar com uma campanha semelhante a de 2006, quando chegou às semifinais. E belgas e islandeses vão ter de provar em campo a promessa de assumir o papel de sensação da Copa.

Os sul-americanos vão com seu “trio de ferro” repleto de grandes jogadores que atuam em clubes europeus. Na quarta participaç­ão, Messi joga todas as suas fichas para enfim ganhar um Mundial e acabar com o jejum de 25 anos de seu país sem uma conquista internacio­nal. Já a dupla uruguaia SuárezCava­ni conta com o entrosamen­to da Celeste para recuperar o título após 68 anos.

Em 40 semifinais disputadas na história das Copas, apenas um país invadiu o domínio europeu e sul-americano. Foi a Coreia do Sul. Esta é a 11.ª vez que a Copa é disputada na Europa. Apenas o Brasil, em 1958, na Suécia conseguiu um título no velho continente. É um desafio a mais para Neymar, Messi, Luis Suárez e companhia.

 ?? LUCAS FIGUEIREDO/CBF ?? Em Rostov. Equipe assiste ao jogo entre Espanha e Portugal
LUCAS FIGUEIREDO/CBF Em Rostov. Equipe assiste ao jogo entre Espanha e Portugal
 ?? SHAUN BEST/REUTERS-30/6/2002 ?? Títulos América 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002
Argentina
1978 e 1986
Uruguai
1930 e 1950 Europa
Alemanha
1954, 1974, 1990 e 2014
Itália
1934, 1938, 1982 e 2006
França
1998
Inglaterra
1966
Espanha
2010
SHAUN BEST/REUTERS-30/6/2002 Títulos América 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 Argentina 1978 e 1986 Uruguai 1930 e 1950 Europa Alemanha 1954, 1974, 1990 e 2014 Itália 1934, 1938, 1982 e 2006 França 1998 Inglaterra 1966 Espanha 2010

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil