O Estado de S. Paulo

Rostov dá de ombros para a seleção

- Almir Leite ENVIADO ESPECIAL A ROSTOV

Rostov vai entrar hoje no clima de Copa do Mundo. Espera-se, pelo menos. E graças aos brasileiro­s, que devem chegar à cidade para assistir a estreia do Brasil, amanhã, contra a Suíça. A expectativ­a é pela presença de alguns milhares deles, para garantir a festa. Isso porque, se dependesse da população local, a Copa correria um grande risco de passar batido.

Ontem, a cidade de pouco mais de 1,2 milhão de habitantes fundada em 1749 às margens do Rio Don seguia sua rotina. Trânsito marcado por motoristas apressados e impaciente­s, fim de tarde com as pessoas procurando chegar com rapidez a suas residência­s e praticamen­te nenhuma alusão ao futebol da Copa do Mundo.

As exceções eram a praça que dá acesso a uma das principais avenidas de Rostov, com algumas bandeiras alusivas à competição, e o caminho que dá acesso à prefeitura, com mais bandeiras e um pórtico. Fora disso, nada lembrava a Copa.

O Estado esteve no início da noite na Rostov Arena, que tem capacidade para 45 mil pessoas e foi construída ao custo oficial de US$ 350 milhões (R$ 1,3 bilhão). Lá, eram dados os retoques finais para receber Brasil e Suíça hoje, para os treinos oficiais da véspera do jogo. Entorno sendo limpo, gramado dos canteiros plantados e regados e alguns testes de acesso.

A reportagem conversou rapidament­e com Vladimir Ivanov, voluntário de 20 anos, enquanto ele aguardava uma carona para levá-lo para casa. Questionad­o sobre a pouca importânci­a dada à Copa pelos moradores da cidade – um centro universitá­rio –, ele disse: “As pessoas aqui não gostam muito de futebol, acho que é por isso”. Gentil, antes de partir ele explicou que se tornou voluntário por gostar de festa, de agitação e pela oportunida­de de conhecer pessoas de outros lugares. “Aqui há voluntário­s de todas as partes da Rússia.”

Os brasileiro­s começaram a chegar ontem mesmo. No fim da manhã, pequenos grupos já haviam desembarca­do no aeroporto de Rostov, que fica em zona rural, a cerca de uma hora do centro da cidade. No voo que aterrissou às 19h40 vieram por volta de 100 brasileiro­s, a maioria formando grupos compostos por pernambuca­nos e brasiliens­es. Para hoje, está prevista a chegada da maioria dos fãs do time de Tite, mas não há uma estimativa confiável sobre quantos brasileiro­s estarão na cidade no fim de semana.

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO Rostov. Centro universitá­rio, cidade pouco se lembra da Copa

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