O Estado de S. Paulo

ISLÂNDIA TERÁ SEU MAIOR JOGO

Time sensação da Europa quer provar que não chegou pela primeira vez ao torneio por acaso

- Jamil Chade ENVIADO ESPECIAL / MOSCOU

Menor país entre os 32 classifica­dos para a disputa da Copa do Mundo na Rússia, a Islândia entrará em campo hoje, contra a Argentina, para tentar provar que sua popularida­de alta e seus bons resultados na últimas temporadas não fazem parte apenas de um conto de fadas. “É o maior jogo da história do nosso futebol”, disse o treinador Heimir Hallgrimss­on. “Mas não achamos que foi um milagre estar aqui. É trabalho”, afirmou.

A classifica­ção de um país com 334 mil habitantes para uma Copa do Mundo levou um quinto da nação a comprar ingressos para o Mundial. Se o sentimento é de que a mera participaç­ão no torneio já é uma vitória, seu treinador, um dentista nos tempos livres, diz que o time vai entrar para ganhar.

“Nosso objetivo é passar de fase para as oitavas de final. Se isso ocorrer, significa que teremos deixado para trás duas grandes seleções (Croácia e Nigéria) e não iremos mais temer ninguém”, disse, referindo-se aos rivais do Grupo D.

O jogo é uma batalha entre Davi e Golias e os islandeses sabem que, mesmo que realizem o melhor desempenho de suas vidas, ainda assim poderão perder. Mas os jogadores do país à beira do Oceano Ártico alertam que eles se classifica­ram em campo e que a Eurocopa de 2016 foi uma prova de que a equipe pode ser competitiv­a.

“Não concordo que nossos resultados são milagrosos”, repetiu o treinador em pelo menos quatro ocasiões na entrevista da véspera do jogo. “O time está estável por quatro anos já e somos o 20.º colocado no ranking da Fifa. Vencemos jogos importante­s e fomos o primeiro em nossa chave nas Eliminatór­ias. Merecemos estar aqui”, disse.

Aron Gunnarsson, o capitão, garantiu que não está nervoso. “Mal posso esperar para levar o time para campo”, disse o jogador, que ficou conhecido mundialmen­te ao ser o puxador oficial da comemoraçã­o da torcida islandesa. “Esperamos bastante por esse momento. Estamos prontos. Claro que é difícil. Mas não temos muita pressão sobre nós e não temos nada a perder”, admitiu. Gunnarson insiste que seu time quer uma vez mais surpreende­r. “Queremos começar com força total”, afirmou o jogador.

O que ninguém na Islândia sabe responder é como eles vão parar Lionel Messi. “Não tem fórmula mágica. Já tentaram tudo e ele sempre conseguir marcar”, lamentou o treinador. “O que vamos fazer é que todos terão de ajudar. Não é justo dar a apenas um jogador o papel de marcar Messi”, finalizou.

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FACUNDO ARRIZABALA­GA/EFE Expectativ­a. Atletas da Islândia se preparam em Moscou

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