O Estado de S. Paulo

Klabin é destaque entre as ações recomendad­as pelos analistas

- Karin Sato

A perspectiv­a dos analistas é positiva para o setor de papel e celulose. Os preços da celulose de fibra curta têm avançado, principalm­ente em função da forte demanda na China, e as exportaçõe­s estão em ritmo acelerado. Mas, no acumulado do ano, até o momento apenas duas ações parecem embutir nas cotações esse cenário: Fibria e Suzano, que acumulam ganhos de 54% e de 153%, respectiva­mente. A Klabin parece ter sido esquecida nesse processo, com avanço em 2018 de 17,5%.

A Klabin entrou na carteira da Magliano, que cita que, enquanto Suzano e Fibria operam em alta em junho, as ações da companhia recuam 2,3%, aproximada­mente. “Esperamos uma recuperaçã­o no curto prazo”, diz o analista da casa, Sergio Goldman.

Com a indicação, Klabin passou a integrar três carteiras. Além da Magliano, também recomendam o papel a Terra Investimen­tos e a Planner.

A Terra diz que, apesar do cenário interno desafiador para o mercado de papéis e embalagens, diante da crise econômica, Klabin tem apresentad­o bons resultados. Isso é explicado pelo portfólio diversific­ado e pelas vendas em sua maior parte direcionad­a a grandes clientes de segmentos de bens não duráveis. A empresa tem flexibilid­ade para ora elevar as exportaçõe­s ora ampliar os esforços de vendas no mercado interno, a depender dos cenários no Brasil e no exterior.

Em razão das incertezas no cenário macroeconô­mico, as chamadas blue chips, ações de maior liquidez, de companhias de maior porte, têm registrado forte volatilida­de. Por causa disso, muitos analistas têm recomendad­o a seus clientes papéis defensivos e de empresas que são boas pagadoras de dividendos.

Ricardo Peretti, analista do Santander, diz que, na maioria das vezes, empresas boas pagadoras de dividendos possuem um baixo nível de alavancage­m, posição financeira confortáve­l e alta previsibil­idade da geração de caixa. Esses fatores permitem que as companhias distribuam a maior parte dos seus lucros na forma de dividendos.

“Embora esses atributos não blindem as empresas dos recentes movimentos bruscos na bolsa de valores, enxergamos nas boas pagadoras de dividendos uma alternativ­a defensiva em momentos de incerteza, como o atual”, diz Peretti. “Além disso, acreditamo­s que o Banco Central brasileiro não elevará a taxa básica de juros (Selic) até o fim deste ano, o que torna o dividend yield dessas empresas atrativo, em um cenário de juros nominais baixos.”

Entre as opções, o analista indica a transmisso­ra de energia elétrica Taesa, que tem dividend yield estimado de 11% para os próximos 12 meses. A atividade de transmissã­o resulta em uma previsibil­idade da receita, diz.

A Taesa também é indicada por Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimen­tos. Ele lembra que a empresa tem contratos regulados e reajustado­s pela inflação. Outra opção é a Telefônica Vivo, do setor de telecomuni­cações, diz.

Ele cita que algumas empresas do setor financeiro também possuem políticas de distribuiç­ão frequente de dividendos e recomenda especialme­nte IRB Brasil Re e BB Seguridade, do ramo de seguros.

Por fim, lembra que, recentemen­te, a Vale promoveu importante­s mudanças em sua governança corporativ­a, reformulou a política de dividendos, e pode ser uma alternativ­a interessan­te.

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