O Estado de S. Paulo

Indústria paulista puxou para baixo a retomada

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Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos meses, a indústria paulista fraquejou em abril, tornando menos vistosa a recuperaçã­o registrada no período pela indústria brasileira. É um sinal das limitações da retomada econômica em curso, especialme­nte tendo em vista que o resultado se refere ao período anterior ao da greve dos transporte­s que afetou o conjunto da economia.

A indústria cresceu em 10 dos 15 locais objeto da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) referente a abril.

Em São Paulo, o cresciment­o foi de apenas 0,3%, em contraste com o avanço de 6% da indústria do Rio, de 4,4% em Minas Gerais e de 5,6% na Região Nordeste. Na Bahia, a alta foi de 7%. Também cresceram as indústrias do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Pernambuco, de Santa Catarina e do Espírito Santo, enquanto declinaram as de Pará, Amazonas, Goiás, Ceará e Mato Grosso.

A evolução lenta de São Paulo poderá compromete­r os resultados do segundo trimestre, ou seja, o período mais afetado pela interrupçã­o ou redução da produção decorrente da paralisaçã­o dos transporte­s rodoviário­s. O cresciment­o industrial registrado em quase todo o País na comparação com 2017 deverá persistir, mas o ritmo será mais lento.

Entre abril de 2017 e abril de 2018, o setor industrial avançou 8,9%, liderado por São Paulo, com cresciment­o de 14,8%. Veículos automotore­s, reboques e carroceria­s, produtos alimentíci­os e máquinas e equipament­os puxaram a recuperaçã­o da indústria paulista. Mas num dos segmentos mais fortes do parque industrial (as montadoras) a produção caiu em maio.

O impacto da greve não atingiu somente a indústria, estendendo-se para a agricultur­a e para as exportaçõe­s, cujos números são conhecidos com menor defasagem.

O cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 vem sendo revisado para baixo pelos departamen­tos econômicos que contribuem para a Pesquisa Focus, do Banco Central, que já aponta evolução inferior a 2%.

É possível que a indústria só volte a mostrar números melhores no segundo semestre.

O mais importante, nessa hipótese, é acompanhar de perto a evolução do setor industrial em São Paulo, que costuma liderar as retomadas do setor secundário.

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