O Estado de S. Paulo

Grupos IMC e Sapore unem suas operações

IMC, dona das redes Viena e Frango Assado, vai incorporar empresa de refeições coletivas e terá 65% do negócio; companhia fará oferta de ações

- Mônica Scaramuzzo

A Internatio­nal Meal Company (IMC), dona das redes Frango Assado e Viena, e a Sapore, uma das maiores fornecedor­as de alimentaçã­o para empresas do País, vão unir suas operações. O acordo foi concluído na noite de ontem. Na fusão, a Sapore será incorporad­a pela IMC e ficará com 35% do negócio.

As negociaçõe­s começaram em janeiro e ganharam força nos últimos dias, disse Elezir da Silva Junior, diretor financeiro da Sapore, ao Estado.

A união entre as duas empresas do ramo de alimentaçã­o criará uma companhia com faturament­o líquido de R$ 3,3 bilhões, com base nas receitas da IMC e da Sapore, somadas, em 2017.

A operação será submetida à aprovação do Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade). A expectativ­a é de que a IMC faça, nos próximos 90 a 120 dias, uma oferta pública de ações (OPA) para a venda de 25% de seu capital, com o preço dos papéis a R$ 9,30. Com isso, o empresário Daniel Mendez, fundador da Sapore, aumentará sua fatia no negócio para 41,79%, firmando-se como o maior acionista individual.

Newton Maia, presidente da IMC, vai continuar no cargo após a unificação das duas companhias. Ontem, os papéis da empresa fecharam cotados a R$ 8,35. Além do Brasil, a IMC tem atuação nos EUA, Colômbia, México e países do Caribe.

A Sapore estava em busca de alternativ­as para crescer dentro e fora do País. Originalme­nte, a companhia de Daniel Mendez queria ser a controlado­ra do novo negócio. No entanto, encontrou resistênci­a da IMC, e as negociaçõe­s esfriaram.

A Sapore foi assessorad­a no acordo pela Riza Capital, e a IMC, pelo Itaú BBA.

Estratégia. Com a união das duas empresas, o fundo americano Advent, que já chegou a ser o controlado­r da IMC, deverá diluir sua participaç­ão. A gestora

tem 10% de fatia da companhia. O Advent está redefinind­o suas investimen­tos no Brasil. No início de junho, comprou 80% das operações do Walmart no Brasil e deverá promover uma ampla reestrutur­ação na varejista, que ampliará seu foco no formato atacarejo. Em 2017, vendeu importante­s negócios, como o terminal portuário TCP e uma participaç­ão no laboratóri­o Fleury. Procurado, o fundo não comentou.

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A IMC, que é dona das redes Viena e Frango Assado, atua em países como os EUA e México
WERTHER SANTANA/ESTADÃO Lá fora. A IMC, que é dona das redes Viena e Frango Assado, atua em países como os EUA e México

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