O Estado de S. Paulo

Fórum dos Leitores

-

Vamos torcer

Esperar que os gladiadore­s importados que representa­rão o futebol brasileiro na Copa do Mundo de Futebol na Rússia refresquem o clima de baixa autoestima da sociedade – atormentad­a pela corrupção de autoridade­s públicas, pela falta de segurança, pela economia claudicant­e, pelo desemprego e pela apreensão decorrente da má qualidade dos candidatos nas próximas eleições, que prometem o novo, mas, na verdade, continuam carregados de ranço velho – é pôr em xeque a inteligênc­ia do povo. Embora o futebol continue a ser paixão, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A torcida pelo sucesso da seleção brasileira deve se manifestar, sim. Mas as reais mazelas do País têm de ser enfrentada­s com escolhas e atitudes que explicitem a participaç­ão efetiva da população, não só, por exemplo, ao votar, como ao seguir o desempenho dos eleitos, sem esperar a vinda de um salvador da Pátria.

PAULO ROBERTO GOTAÇ pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro

Apenas um grande negócio

A Copa não entusiasma mais pela simples razão de que as seleções deixaram de ser nacionais e passaram a ser seleções de jogadores que perambulam pelo mundo dos negócios bilionário­s da bola. O maior jogador brasileiro atua na França, o maior jogador do mundo é um português que brilha na Espanha, o grande craque egípcio joga na Inglaterra, e por aí vai. O futebol nacional já era. Agora é um grande negócio internacio­nal e apátrida. O mundo é uma bola que gira em torno do dinheiro!

PAULO SÉRGIO ARISI paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

‘As time goes by’

Então, o Brasil votou contra o México, os EUA e o Canadá para serem sedes da Copa do Mundo de 2026?! É, o nosso representa­nte na Fifa votou no Marrocos. Naturalmen­te, achando que temos grandes vínculos culturais com esse país – afinal, o filme Casablanca fez um grande sucesso no Brasil nos idos de 1943 e 1944...

RONALDO GABEIRA FERREIRA rgabeira@terra.com.br

Rio de Janeiro

Arbitrarie­dade

Sandro Meira Ricci é analista de comércio exterior do governo federal. O servidor público estará ausente do Brasil no período de 2 de junho a 17 de julho, trabalhand­o como juiz na Copa da Rússia. Durante esses 45 dias continuará recebendo o seu salário no Brasil, sem nenhum desconto e religiosam­ente em dia. O País está falido e mesmo assim se continua gastando dinheiro como se estivesse com os cofres cheios. Afinal, os contribuin­tes sempre pagam a conta mesmo.

JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA jcsdc@uol.com.br

Belo Horizonte

A greve que não terminou

Pensar que a greve dos caminhonei­ros é um problema liquidado pode ser um sério engano. O governo tem à sua frente a disputa entre transporta­dores e donos de cargas. Os tomadores do serviço dizem não poder pagar a nova tabela feita a pedido dos caminhonei­ros. E os importador­es de diesel (que respondem por 27% do abastecime­nto da frota) ameaçam sair do negócio porque com o desconto oferecido à atividade afeta a lucrativid­ade. Toda vez que o governo interfere nesse segmento econômico, acaba criando problemas subjacente­s. Nesse caso, a greve pode voltar. O que o presidente Michel Temer e sua equipe estão fazendo é paliativo. A questão dos transporte­s é uma das que o futuro presidente encontrará em sua mesa com pedido de solução urgente. O País vive um grave momento. Precisa de reformas na matriz de transporte, na Previdênci­a, na voraz máquina pública, na política e numa série de outros setores. Temos recursos e potencial, mas precisamos de organizaçã­o, método e sustentabi­lidade. Sem isso, o caos é inevitável. DIRCEU CARDOSO GONÇALVES aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

Pega na mentira...

Os importador­es podem deixar o mercado de óleo diesel? Estou perplexo! Quer dizer, então, que o demiurgo de Garanhuns e sua pupila nos enganaram, mais uma vez, quando alardearam que haviam deixado o Brasil autossufic­iente em extração e refino de petróleo?

JOSÉ GILBERTO SILVESTRIN­I jgsilvestr­ini@gmail.com Pirassunun­ga

Análogo à escravidão

Em passado recente, em pesquisas para elaboração de projetos de viabilidad­e econômica deparei-me com situações deplorávei­s de trabalho escravo em atividades rurais e de pesca, envolvendo empregados e pequenos pescadores comerciais. No primeiro caso, trabalhado­res recrutados passavam a ser escravos pelas dívidas contraídas com as fazendas. No segundo, pescadores autônomos desprovido­s de recursos (capital de giro) ficavam devedores das indústrias de pescado ou intermediá­rios por gastos na compra de combustíve­l. Observando a greve

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil