‘Minha sensação foi a de ganhar na loteria’, diz paciente
• Na semana passada, um estudo publicado na revista Nature
Medicine revelou que a americana Judy Perkins, com câncer de mama metastático, teve o tumor eliminado com um tratamento experimental com base na imunoterapia celular. "Minha sensação foi a de ganhar na loteria com esse tratamento", disse Judy ao
Estado. “Duas amigas no processo não tiveram essa sorte."
Na imunoterapia celular, os cientistas sequenciaram o DNA e o RNA de um dos tumores dela e também de uma amostra de tecido normal, a fim de descobrir quais mutações eram exclusivas de seu câncer. Depois, testaram diferentes células do sistema imunológico de Judy para descobrir quais delas eram capazes de reconhecer uma ou mais das proteínas com mutações. Os cientistas então multiplicaram essas "super-células" e as injetaram de volta no organismo da paciente. Depois do tratamento, todos os tumores desapareceram.
De acordo com o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio Libanês, apesar de toda a comoção em torno dos resultados, o caso de Judy é apenas um resultado preliminar. “É algo que eventualmente poderá avançar, mas, hoje, não tem qualquer impacto na vida dos pacientes."
progressão da doença.
De acordo com Roger Miyake, diretor médico da empresa farmacêutica BristolMyers Squibb (BMS), a combinação de tratamentos é uma tendência cada vez mais importante. “As drogas imunoterápicas que temos disponíveis podem ser combinadas com a quimioterapia, com a radioterapia e com a cirurgia, criando uma nova gama de abordagens.”
O oncologista Felipe Ades, do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que, além dos cinco medicamentos imunoterápicos já aprovados no Brasil, outros estão em vias de aprovação. “Há várias outras drogas a caminho, além de novos alvos moleculares para os medicamentos que já existem, o que aumentará sua abrangência.”