Há dúvidas sobre a melhor hora de revelar a identidade
Especialistas divergem sobre o momento mais apropriado para a revelação da identidade do candidato ao longo da seleção. Para o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRHSP), Luiz Eduardo Drouet, o perfil só deveria ser revelado no momento da contratação. A gerente de Gestão de Pessoas da Artplan, Sandra Poltronieri, defende, no entanto, que é importante o momento ‘olho no olho’ pelo menos durante a entrevista, para que a empresa possa se aprofundar em questões como valores pessoais e aspectos que podem eventualmente gerar algum impacto de não alinhamento com a cultura da empresa. Já Raphael Falcão, diretor da Hays Brasil, pondera que as questões técnicas e culturais podem ser balizadas por empresas de recrutamento, sem necessariamente revelar a identidade do candidato para a contratadora.
Para que o resultado desejado seja alcançado, porém, o processo deve ser bem-feito, concordam os três. Drouet diz que outras práticas podem ser adotadas para garantir a imparcialidade. Na entrevista, por exemplo, é preciso que o candidato seja ouvido por mais de uma pessoa e, ao final, seja avaliado por um comitê. “Todo processo é desenhado de forma a garantir que ele seja o mais justo possível, protegido do viés inconsciente e garantindo a avaliação daquilo que realmente importa”. Ele acrescenta que o modelo anônimo não torna a seleção mais fácil para os participantes. “É um modelo de processo seletivo mais trabalhoso, porque as empresas não podem baixar a régua de exigências”, diz Drouet.