Peça por peça, uma resposta à escassez de habitações
Construtoras assumem o desafio de levantar edifícios estendendo o conceito de habitação pré-fabricada
A Califórnia está em meio a uma crise de construção de moradias acessíveis. Rick Holliday, há muito tempo incorporador da área da baia, acha que a resposta está em um antigo estaleiro em Vallejo, 40 minutos a nordeste de São Francisco.
Em um armazém do tamanho de um campo de futebol, onde os trabalhadores costumavam fabricar submarinos, Holliday abriu recentemente o Factory OS, uma empresa que fabrica casas. De um lado, entram madeira, canos, azulejos, pias e vasos sanitários. De outro, saem apartamentos individuais que podem ser levados de caminhão até um terreno e montados juntos em poucos meses.
Os Estados Unidos precisam de novas moradias, mas sua indústria de construção não é grande o suficiente para fornecê-las. O número de trabalhadores da construção civil residencial é 23% menor do que em 2006, enquanto as profissões de alta qualificação, como encanadores, carpinteiros e eletricistas, caíram em 17%. Os preços de construção em todo o país aumentaram cerca de 5% nos últimos três anos, de acordo com o Turner Building Cost Index. Na área da baía, os preços dispararam 30% em três anos.
O aumentos dos preços e a falta de mão de obra empurram empreendedores, como Holliday, em busca de métodos construtivos mais baratos e investidores despejam seu dinheiro em startups que prometem isso. A Katerra, uma empresa de construção pré-fabricada fundada há três anos em Menlo Park, no Vale do Silício, captou US$ 1,1 bilhão em capital de risco. Várias outras, incluindo a Blokable, de Seattle; Kasita, de Austin, Texas; e Urban RAD, de Oakland, Califórnia, mostraram grande crescimento em cinco anos.
As tecnologias variam, mas geralmente envolvem a simplificação da construção por meio de painéis pré-fabricados que podem ser montados como a mobília vendida pela Ikea. O interesse se estende de habitação a hotéis, instalações médicas industriais e até mesmo restaurantes de fast food.
O maior interesse ocorre em condomínios de alta densidade. Isso porque, após a recessão, as residências multifamiliares e os prédios de apartamentos se recuperaram fortemente. “Nosso objetivo é ter uma torre de 40 andares em 12 meses, pela metade do custo da construção tradicional", diz Miller, da RAD Urban.