O Estado de S. Paulo

México surpreende e bate a Alemanha

Hirving Lozano comemora gol da vitória sobre atual campeã.

- Glauco de Pierri ENVIADO ESPECIAL / MOSCOU JAMIL CHADE / COLABOROU

“Arriba, arriba!”. Ligeirinho, ou Speedy González, aquele ratinho mexicano corajoso, esperto e veloz, muito veloz, pode se orgulhar dos jogadores da seleção de seu país. Pois a junção dessas qualidades – coragem, inteligênc­ia e muita velocidade – fez com que o México saísse de campo com uma importante vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha, ontem, em Moscou.

O colombiano Juan Carlos Osorio, técnico do México muito criticado por boa parte da torcida e da imprensa do país e que passou pelo São Paulo em 2015, afirmou depois da partida que seu time teve coragem “de atacar quando podia” e “de se defender quando precisava, como se estivesse defendendo a própria vida”.

Foi uma avaliação correta da partida. Na primeira etapa, o México ousou e correu certos riscos por isso – chamou a Alemanha para o seu campo para tentar tomar a bola e partir em velocidade.

E haja velocidade. Em um contra-ataque poderoso puxado por Layún, Hirving Lozano recebeu passe de Chicharito Hernandez na área pela esquerda, entortou ninguém menos do que o zagueirão Mart Hummels e bateu firme, sem chances para Neuer, para a explosão da torcida mexicana,

maioria absoluta no estádio Luzhniki, em Moscou. Uma festa que, na Cidade do México, até provocou um tremor de terra artificial (leia mais no texto acima).

E o autor do gol nem mesmo é considerad­o titular absoluto. “Hoje (ontem), decidimos começar com Hirving

(Lozano), que é o jogador mais rápido que temos, que é um extremo, e colocar um meio-campista com capacidade para chegar à área, como é

o caso de Miguel Layún. Penso que, na primeira parte, tivemos uma boa ligação, conseguimo­s ataques rápidos e tivemos muitas opções reais para marcar mais gols. Com respeito à Alemanha, fomos superiores na primeira parte do jogo”, afirmou.

Entre os jogadores, todos saíram em defesa do contestado treinador. “Esse é um recado aos pessimista­s no México”, disse Rafa Marquez, que entrou no segundo tempo e alcançou sua quinta Copa do Mundo. “Mas seguiremos trabalhand­o. A cultura mexicana sempre foi assim. Nos dão mais valor no exterior que em nosso próprio país”, criticou.

Rafa Marquez insistiu que o objetivo agora é seguir vencendo para evitar um possível cruzamento nas oitavas de final contra o Brasil. “O ideal é se conseguirm­os assegurar o primeiro lugar em nosso grupo”, afirmou. “Temos de buscar outro triunfo e trabalhar com humildade.”

Lamentos alemães. Do lado alemão, o técnico Joachim Löw criticou muito a atuação de seu time, mas garantiu que a equipe se classifica­rá para as oitavas de final da Copa da Rússia. “Vamos para a próxima fase”, afirmou. “Fomos negligente­s. Foi bem incomum para esse time. O espaço que demos, o rival conseguia colocar pressão em nós. Eles não tiveram dificuldad­e em nos roubar a bola”, afirmou, em uma leitura de jogo semelhante à do técnico do México.

Sobre a sequência no Mundial, o técnico disse que “não vai mudar nada nos planos”. “E se o time terminar na segunda posição no grupo?”, perguntou um jornalista alemão. “Não vou pensar no próximo adversário das oitavas. Temos de pensar apenas no próximo jogo.” A Alemanha enfrenta agora a Suécia, no dia 23, em Sochi.

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CARL RECINE/REUTERS Festa. Alvarez comemora o gol de Lozano, que só foi escalado no dia da partida

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