O Estado de S. Paulo

Falta de tempo e custo inibem campanhas

- Antônio Augusto de Queiroz JORNALISTA, ANALISTA POLÍTICO E DIRETOR DE DOCUMENTAÇ­ÃO DO DIAP

Três fatores neste pleito vão inibir a tentativa de deputados de concorrem ao Senado e de senadores tentarem os governos estaduais: a redução do tempo de campanha; os custos de campanha e a escassez de financiame­nto e as facilidade­s da reeleição. Em pleitos passados o número de deputados que desistiam da reeleição para concorrer ao Senado era maior do que neste, porque dispunham de maior tempo para a campanha e tinham o dinheiro fácil do financiame­nto empresaria­l, dois recursos escassos em 2018.

O mesmo fenômeno se repete em relação aos senadores, que neste pleito preferem concorrer à reeleição ou a deputado federal, uma campanha mais barata, a se aventurar numa disputa pelo governo do Estado, que precisa de mais tempo, mais recursos e mais estrutura.

Além disso, os parlamenta­res candidatos à reeleição têm vantagens comparativ­as significat­ivas em relação aos novos candidatos: tem serviços prestados; bases eleitorais fidelizada­s; dispõem de estrutura e verba de gabinete significat­ivas e contam com as emendas parlamenta­res, que dá uma vantagem inicial na campanha de 25% em relação a seus adversário­s, que não dispõem desses recursos. Estas, ao lado da necessidad­e de preservaçã­o da prerrogati­va de foro, são as razões da menor circulação no poder neste pleito. A tendência, portanto, é que deputados e senadores não se arrisquem a concorrer a cargos que exijam mais votos, mais tempo, mais estrutura e mais recursos para se eleger.

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