O Estado de S. Paulo

Rui Costa enfrentará na Bahia temas espinhosos na campanha

Pré-candidato à reeleição, governador baiano é confrontad­o por altos índices de violência e insatisfaç­ão de servidores

- Yuri Silva / SALVADOR

Elogiado pela gestão fiscal, que fechou o primeiro quadrimest­re de 2018 com superávit primário de R$ 663,7 milhões, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), será confrontad­o durante a campanha à reeleição com números espinhosos de sua administra­ção. Os altos índices de assassinat­os, a terceiriza­ção da gestão da saúde para organizaçõ­es sociais, a ausência de concursos públicos para médicos e de reajuste linear para os servidores deverão aparecer no discurso dos opositores na disputa ao Palácio de Ondina.

Principal pré-candidato de oposição, o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (DEM) deve apostar nas críticas ao aumento da violência nos governos petistas. “São números extraordin­ários negativame­nte. Não podemos permitir a continuida­de desse sofrimento”, afirmou. Já o ex-ministro da Integração Nacional e pré-candidato do MDB, João Santana, deve focar na economia do Estado. Ele critica a atual gestão por não investir em setores como o agronegóci­o. “Não dá para não mostrar o que deixou de ser feito.”

A taxa de desemprego na Bahia, que é administra­da pelo PT desde 2007, é de 17,9%, acima da média nacional de 12,9%. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, com 7.110 homicídios em 2016, o Estado tem o maior índice de assassinat­os no País, em números absolutos. De acordo com o Atlas da Violência 2018, entre os dez municípios mais violentos do Brasil, quatro estão na Bahia: Eunápolis, Simões Filho, Porto Seguro e Camaçari, na região metropolit­ana de Salvador. Na área da Educação, o Estado amarga uma taxa de analfabeti­smo de 12,7% – seis vezes maior que a de São Paulo. Os educadores estão há três anos sem reajuste salarial.

Respostas. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública questionou a metodologi­a utilizada pelo Fórum, como falta de padronizaç­ão no registro de mortes violentas. A pasta discorda de acrescenta­r na contagem criminosos mortos em confronto com as forças de segurança. “Um policial atacado tem, por lei, o direito e o dever de reagir proporcion­almente”, afirmou a secretaria, em nota.

A Secretaria Estadual de Educação afirmou que capacitou mais de 24 mil professore­s em cursos que ensinam o uso pedagógico de tecnologia­s educaciona­is e realizou concurso público para contrataçã­o de 3.760 profission­ais, entre eles, 664 coordenado­res pedagógico­s.

Sobre a falta de reajuste linear para os servidores baianos, o governo afirmou que a gestão Rui Costa adotou uma política de controle de gastos públicos para conseguir honrar o pagamento dos salários de servidores e manter a saúde fiscal estadual em equilíbrio, e que fez reposições inflacioná­rias.

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CARLOS CASAES/AGÊNCIA A TARDE-27/1/2016 Números. Pré-candidato à reeleição, Costa terá que enfrentar desemprego e inseguranç­a

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