O Estado de S. Paulo

Vibração e otimismo

Mesm oco moem pate, as cerca de 12 mil pessoas que assistiram a o jogo no Vale do Anhangabaú mantiveram a animação

- Isabela Palhares

O empate da seleção brasileira na estreia do Mundial contra a Suíça ontem não desanimou os torcedores em São Paulo. Apesar do 1 a 1, quem estava no Vale do Anhangabaú vibrou até o final da partida e muitos avaliaram que o desempenho da equipe foi bom. A organizaçã­o do evento calcula que 12 mil pessoas acompanhar­am o duelo no local.

Apesar da animação, o público no Vale do Anhangabaú foi a metade do que o espaço comporta. A organizaçã­o foi feita para acomodar até 25 mil pessoas e um telão de 100 metros quadrados foi instalado. Desde a Copa de 1990 o local tem transmissã­o das partidas.

“O Brasil começou muito bem, jogando muito melhor do que a Suíça. Estou esperanços­a que, nesta Copa, vamos muito melhor do que na última”, disse Márcia Rodrigues, de 65 anos. Nas últimas três Copas, ela assistiu aos jogos da seleção no Anhangabaú para sentir a “proximidad­e” com a competição.

Apesar da tensão após a Suíça marcar o gol, os torcedores continuara­m acreditand­o que o Brasil conseguiri­a vencer a partida. “A equipe está muito entrosada. Não vencemos desta vez, mas, se continuarm­os jogando desse jeito, com certeza o hexa vem”, disse a aposentada Natalina da Cruz, de 62 anos.

Com o resultado da última Copa do Mundo, muitos achavam que não iriam mais se empolgar com a seleção. No entanto, retomaram o envolvimen­to ontem. “Cheguei a dizer que não iria mais acompanhar a seleção e parar minha vida por causa de futebol, mas durante a Copa não tem jeito. Voltei a acreditar no nosso time, quero participar da festa também”, contou o comerciant­e Luís Claudio Assis, de 44 anos.

Com shows antes e depois das partidas, o Vale do Anhangabaú reuniu ontem famílias, casais e grupos de amigos. Muitos usavam glitter, arranjos de cabelo e bandeiras. Para a esteticist­a Mara Baena, de 35 anos, torcer para a seleção é uma forma de aliviar a tensão vivida nos últimos meses com os problemas políticos e econômicos do Brasil. “O País está com tantos problemas, temos de aproveitar os momentos de festa. É o momento de distrair e ser feliz. É a hora de a gente ter orgulho do nosso Brasil, não só pelo futebol, mas pela festa bonita que a gente faz”, disse.

A garçonete Simone de Sousa da Silva, de 35 anos, foi ao Vale do Anhangabaú acompanhar o primeiro jogo para “sentir a energia”. “A gente só se empolga depois do primeiro jogo. Não tem como não ficar animada com a Copa”, afirmou. Ela estava com o filho Guilherme, de 11 anos, que não se empolgou tanto. “Acho que ele vai aprender hoje como é boa essa competição, como é bom esse sentimento”, continuou a mãe.

A empolgação da torcida foi sentida pelos ambulantes que vendiam bandeiras, camisetas, vuvuzelas e faixas do Brasil. Carlos de Jesus Nascimento, de 51 anos, disse que as vendas aumentaram a partir de sábado. “Comprei a mercadoria quando a Copa começou, mas durante a semana ninguém estava interessad­o. Foi no fim de semana que as pessoas se animaram, mas é do brasileiro mesmo. Deixamos tudo para a última hora”, contou. As bandeiras pequenas eram vendidas a R$ 15 e as camisetas a R$ 30.

Cheguei a dizer que não iria mais acompanhar a seleção, mas não tem jeito

Lu ís C laudio Assis,

COMERCIANT­E

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