Vibração e otimismo
Mesm oco moem pate, as cerca de 12 mil pessoas que assistiram a o jogo no Vale do Anhangabaú mantiveram a animação
O empate da seleção brasileira na estreia do Mundial contra a Suíça ontem não desanimou os torcedores em São Paulo. Apesar do 1 a 1, quem estava no Vale do Anhangabaú vibrou até o final da partida e muitos avaliaram que o desempenho da equipe foi bom. A organização do evento calcula que 12 mil pessoas acompanharam o duelo no local.
Apesar da animação, o público no Vale do Anhangabaú foi a metade do que o espaço comporta. A organização foi feita para acomodar até 25 mil pessoas e um telão de 100 metros quadrados foi instalado. Desde a Copa de 1990 o local tem transmissão das partidas.
“O Brasil começou muito bem, jogando muito melhor do que a Suíça. Estou esperançosa que, nesta Copa, vamos muito melhor do que na última”, disse Márcia Rodrigues, de 65 anos. Nas últimas três Copas, ela assistiu aos jogos da seleção no Anhangabaú para sentir a “proximidade” com a competição.
Apesar da tensão após a Suíça marcar o gol, os torcedores continuaram acreditando que o Brasil conseguiria vencer a partida. “A equipe está muito entrosada. Não vencemos desta vez, mas, se continuarmos jogando desse jeito, com certeza o hexa vem”, disse a aposentada Natalina da Cruz, de 62 anos.
Com o resultado da última Copa do Mundo, muitos achavam que não iriam mais se empolgar com a seleção. No entanto, retomaram o envolvimento ontem. “Cheguei a dizer que não iria mais acompanhar a seleção e parar minha vida por causa de futebol, mas durante a Copa não tem jeito. Voltei a acreditar no nosso time, quero participar da festa também”, contou o comerciante Luís Claudio Assis, de 44 anos.
Com shows antes e depois das partidas, o Vale do Anhangabaú reuniu ontem famílias, casais e grupos de amigos. Muitos usavam glitter, arranjos de cabelo e bandeiras. Para a esteticista Mara Baena, de 35 anos, torcer para a seleção é uma forma de aliviar a tensão vivida nos últimos meses com os problemas políticos e econômicos do Brasil. “O País está com tantos problemas, temos de aproveitar os momentos de festa. É o momento de distrair e ser feliz. É a hora de a gente ter orgulho do nosso Brasil, não só pelo futebol, mas pela festa bonita que a gente faz”, disse.
A garçonete Simone de Sousa da Silva, de 35 anos, foi ao Vale do Anhangabaú acompanhar o primeiro jogo para “sentir a energia”. “A gente só se empolga depois do primeiro jogo. Não tem como não ficar animada com a Copa”, afirmou. Ela estava com o filho Guilherme, de 11 anos, que não se empolgou tanto. “Acho que ele vai aprender hoje como é boa essa competição, como é bom esse sentimento”, continuou a mãe.
A empolgação da torcida foi sentida pelos ambulantes que vendiam bandeiras, camisetas, vuvuzelas e faixas do Brasil. Carlos de Jesus Nascimento, de 51 anos, disse que as vendas aumentaram a partir de sábado. “Comprei a mercadoria quando a Copa começou, mas durante a semana ninguém estava interessado. Foi no fim de semana que as pessoas se animaram, mas é do brasileiro mesmo. Deixamos tudo para a última hora”, contou. As bandeiras pequenas eram vendidas a R$ 15 e as camisetas a R$ 30.
Cheguei a dizer que não iria mais acompanhar a seleção, mas não tem jeito
Lu ís C laudio Assis,
COMERCIANTE