O Estado de S. Paulo

Inglaterra tenta deixar histórico ruim para trás

- Gabriel Melloni

Ao contrário de boa parte das últimas Copas do Mundo, a seleção inglesa chega discretame­nte para o torneio na Rússia. Sem os grandes nomes que marcaram o país nas últimas décadas, uma nova geração tentará provar seu valor a partir de hoje, quando ocorre o confronto com a Tunísia, em Volgogrado, às 15h (de Brasília), pelo Grupo G da competição, que conta ainda com Bélgica e Panamá.

Se já não tem craques como Beckham, Gerrard e Lampard, o time inglês, campeão do mundo em 1966, aposta em nomes que conquistar­am espaço nos últimos tempos no futebol nacional, como o meia Dele Alli, do Tottenham, e os atacantes Sterling, do Manchester City, e Harry Kane, do Tottenham.

Talvez o talento não seja o mesmo de anos anteriores, mas a expectativ­a é de dias melhores. Afinal, se brilhavam com as camisas de seus clubes e eram considerad­os alguns dos melhores jogadores do mundo, Gerrard, Lampard e cia. nunca correspond­eram na seleção.

Depois de decepciona­r e ficar de fora da Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994, a Inglaterra nunca foi além das quartas de final. Na França, em 1998, caiu nas oitavas para a Argentina, nos pênaltis; em 2002, na Coreia do Sul e no Japão, e 2006, na Alemanha, saiu do torneio nas quartas jogando, respectiva­mente, contra Brasil e Portugal. Em 2010, na África do Sul, nova derrota nas oitavas, para a Alemanha, e em 2014, no Brasil, eliminação ainda na primeira fase.

Apesar do retrospect­o recente, o clima é de otimismo para o torneio na Rússia. Isso porque a Inglaterra cresceu nas mãos do técnico Gareth Southgate. Em 18 jogos no comando da seleção, foram apenas duas derrotas – para França e Alemanha –, seis empates e 10 vitórias.

“Os jogadores conhecem bem o time, sabem qual funções vão desempenha­r. Estão treinando bem e conhecem seus papéis em campo”, declarou Southgate ao longo da semana, escancaran­do o otimismo em relação ao desempenho da Inglaterra na Copa.

O bom momento inglês passa pelo rendimento defensivo da seleção. Nos últimos dez jogos disputados, o país tomou apenas três gols. Nesse período, a equipe parou até o ataque do Brasil, no empate por 0 a 0 em amistoso realizado em novembro de 2017, em Londres.

Mas é do meio para frente que estão os principais talentos da equipe. Dele Alli e Kane têm conduzido o Tottenham já há alguns anos a boas campanhas no Campeonato Inglês e são considerad­os dois dos principais jogadores do futebol europeu, assim como Sterling, um dos destaques do City de Pep Guardiola. O setor ofensivo conta ainda com o centroavan­te Jamie Vardy, que levou o Leicester ao histórico título nacional em 2015/2016.

Determinaç­ão adversária. Do outro lado, porém, os ingleses podem esperar dificuldad­e. Afinal, a Tunísia também vive boa fase e foi derrotada somente uma vez nas últimas 10 partidas. No amistoso final da preparação para a Copa do Mundo, caiu diante da Espanha, por 1 a 0. Neste período, venceu o Egito, a Costa Rica e o Irã, além de arrancar um empate de Portugal.

Por isso, o otimismo também tomou conta do técnico da seleção africana, Nabil Maaloul. “Essa geração tem muita qualidade e o nosso objetivo é chegar às quartas de final, especialme­nte se jogarmos em alto nível como fizemos nos últimos amistosos”, afirmou.

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PAUL ELLIS/AFP Esperança. Ingleses contam com uma seleção renovada e sonham alto no Mundial

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