O Estado de S. Paulo

Adversário­s vão sempre abusar da violência, afirma Coutinho

- Ciro Campos Leandro Silveira ENVIADOS ESPECIAIS / ROSTOV

Autor do primeiro gol do Brasil na Copa da Rússia, Philippe Coutinho alertou que o jogo com a Suíça mostrou um obstáculo que passará a ser comum para a seleção brasileira nas próximas partidas. Para o meia do Barcelona, a boa dose de violência, o rodízio de faltas duras e a marcação pesada dos adversário­s serão utilizadas de forma veemente para tentar dificultar a criação de jogadas do time.

A Suíça cometeu 19 faltas e levou três cartões amarelos. “Eles bateram muito. Mas todos os jogos vão ser assim. Querem sempre marcar muito forte o Brasil. Estamos falando de um Copa do Mundo, de todos defendendo o seu país de qualquer jeito”, afirmou jogador.

Coutinho criticou a arbitragem. Disse que faltou a ela coibir os lances mais duros dos suíços, principalm­ente os feitos em cima de Neymar. Deixou claro que há uma preocupaçã­o com o melhor do time. Para ele, Neymar foi caçado – e justamente algumas das faltas sobre ele acabaram rendendo os cartões aos suíços. Mais leve e rápido, além de franzino, do que os adversário­s, o Brasil levou desvantage­m quando o jogo se transformo­u em um combate físico.

Já o atacante Gabriel Jesus tratou de minimizar o início com gostinho ruim da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia. Após ter atuação apenas discreta, o jogador do Manchester City admitiu que a equipe retornará “cabisbaixa” para Sochi, o seu quartel-general durante a competição, mas não derrotada. “Cabisbaixo, mas sem frustração. Cabisbaixo porque a gente quer ganhar sempre. Sabemos da responsabi­lidade que carregamos, que é defender a seleção brasileira”, comentou.

Gabriel Jesus evitou comentar mais diretament­e sobre a sua atuação individual, embora tenha reconhecid­o que pouco participou do jogo. O atacante

Ninguém ganha um campeonato do mundo na primeira partida. Nem perde também Gabriel Jesus,

recebeu dois bons passes durante os 79 minutos que permaneceu em campo, mas falhou em um cabeceio dentro da área, em cobrança de escanteio de Neymar, além de não ter dado sequência a um lance após ser acionado por Paulinho. Até por isso, acabou sendo substituíd­o por Roberto Firmino, que, mesmo com menos tempo em campo, foi mais perigoso do que ele.

Atacante mais jovem a ser titular da seleção brasileira em uma edição da Copa, Jesus também tentou adotar um discurso maduro, afirmando que a igualdade com a Suíça servirá como aprendizad­o para a sequência da competição. “Ninguém ganha nenhum campeonato na primeira partida. Nem perde também. Temos mais dois jogos decisivos (contra Costa Rica e Sérvia). Não queríamos empatar, mas também não perdemos. Isso serve de aprendizad­o. Eu, o mais novo, falando de aprendizad­o! Mas serve, sim. Não vai ser fácil, mas vamos pensar no próximo jogo”, disse o atleta de 21 anos.

Gabriel Jesus também reforçou o coro contra a arbitragem. Além da falta não marcada em Miranda no gol da Suíça, ele assegurou ter sofrido pênalti no segundo tempo, quando já estava 1 a 1. “Recebi do Renato Augusto e o zagueiro deu o fundo. Não costumo me jogar no chão. Girei, a bola saiu limpa. Se o árbitro interpreto­u que não foi pênalti, que não foi empurrão no Miranda, o que fazer?”, lamentou.

ATACANTE DO BRASIL

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