O Estado de S. Paulo

Investimen­tos sob suspeita

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O FI-FGTS (Fundo de Investimen­tos do FGTS), foi criado em 2007, no governo Lula, com o objetivo anunciado de ampliar os aportes em infraestru­tura. E entrou de vez na mira da Lava Jato após a prisão de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, que participav­a do comitê que decidia os investimen­tos do fundo e é apontado como ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Cleto revelou um esquema de propina para a liberação de recursos do fundo. Além dele, Roberto Madoglio, ex-superinten­dente de Fundos de Investimen­to Especiais da Caixa, também assinou acordo de colaboraçã­o e admitiu ter recebido propina para atuar em ao menos sete aportes do fundo.

O fundo chegou a registrar rentabilid­ade negativa em 2015, resultado decorrente dos prejuízos do colapso da Sete Brasil, criada para construir e administra­r os navios sondas do pré-sal.

O FI-FGTS chegou a ter mais de um terço do total do patrimônio líquido aplicado em companhias envolvidas no escândalo. Estão na lista a Odebrecht Transport e a Odebrecht Ambiental, empresas de capital fechado do Grupo Odebrecht, além da OAS Óleo e Gás e da CCR (concession­ária de rodovias dos grupos Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa).

Atualmente, R$ 4,8 bilhões dos R$ 24 bilhões investidos estão relacionad­os a empresas ou grupos investigad­os pela Justiça, segundo observação de auditoria independen­te publicada no balanço do fundo.

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