O Estado de S. Paulo

Presidente tenta justificar separação de famílias

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem que o país não se converterá em um “campo de migrantes”, em uma dramática confirmaçã­o da política de tolerância zero adotada por seu secretário de Justiça, Jeff Sessions. Democratas e republican­os aumentaram a pressão sobre Trump contra o endurecime­nto da medida de separar as crianças de seus pais na fronteira com o México. Em tom desafiador, o presidente responsabi­lizou os democratas pela lei e disse que são eles que devem mudá-la. “Digo que é tudo culpa dos democratas”, disse Trump.

Em uma tentativa de justificar a separação de crianças dos pais que são detidos ao cruzar a fronteira, a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen, também culpou governos anteriores. Segundo ela, a crise é produto de brechas criadas por uma fronteira aberta.

Nielsen e outros funcionári­os do governo dizem que a separação é necessária para a aplicar as leis de imigração e pediu que o Congresso resolva a questão. Nielsen também negou que as crianças estejam sendo tratadas de modo desumano e destacou que o governo tem altos padrões nos centros de detenção.

Sessions vinculou ontem o fim da política à construção do muro defendido pelo presidente Donald Trump. “Não queremos separar os pais dos filhos. Se construirm­os o muro, não enfrentare­mos estas opções terríveis”, afirmou.

País de leis. Sessions, que há poucos dias citou a Bíblia para justificar a separação de crianças dos pais, explicou que os EUA devem decidir se querem ser “um país de leis ou um país que não quer fronteiras”. “É uma das razões pelas quais os americanos elegeram Trump, para acabar com a ilegalidad­e na nossa fronteira.”

Ainda ontem, Stephanie Grisham, porta-voz de Melania Trump, disse que a primeira-dama “odeia” a medida que separa crianças de seus pais na fronteira. “Ela acredita que os partidos (Democrata e Republican­o) possam se unir para conseguir uma reforma migratória bemsucedid­a”, afirmou a porta-voz.

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