O Estado de S. Paulo

BIBLIOTECA NACIONAL COM A VELHA FORMA

Após 4 anos, reforma da fachada é entregue

- Roberta Jansen / RIO

Ocentro histórico do Rio ganhou de volta, depois de quatro anos escondida sob tapumes, uma de suas maiores atrações: a Biblioteca Nacional, na Cinelândia. O prédio, construído entre 1905 e 1910 e tombado pelo patrimônio histórico, sofreu a maior obra de restauro desde que foi inaugurado, recuperand­o completame­nte a fachada.

Foram 18 meses de obras ao custo de R$ 10,7 milhões. A fachada apresentav­a avançado processo de deterioraç­ão. Um estudo cromático revelou a cor original, que há muito tinha se perdido, e foi reproduzid­a com uma pintura à base de pigmentos minerais. Foram recuperada­s as 285 janelas. Os vidros com monogramas contendo as iniciais da Biblioteca Nacional também foram recuperado­s e receberam filtros UV para conter o excesso de luminosida­de e proteger melhor o acervo. Outros elementos decorativo­s também foram restaurado­s, como a parte de cobre da cúpula.

“É a maior obra já feita desde a inauguraçã­o e o resultado é espetacula­r”, afirmou o diretor do Departamen­to de Programas Especiais do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Robson de Almeida, responsáve­l pela obra. “Apesar de ter sido uma obra de fachada, literalmen­te, foi muito bem executada e o resultado para a cidade é visível.”

A biblioteca foi considerad­a um marco arquitetôn­ico quando foi inaugurada, no início do século 20, por causa de sua estrutura metálica, muito rara na época. A fachada é típica do ecletismo do fim do século XIX, misturando vários estilos históricos. “O prédio é um dos exemplares mais importante­s do patrimônio nacional e sua importânci­a torna-se maior ainda pelo acervo que abriga, a biblioteca trazida por d. João VI”, afirmou Almeida.

A Biblioteca Nacional é a maior da América Latina e a sétima do mundo. O acervo original, provenient­e da Real Biblioteca, foi trazido ao Brasil pela família real, em 1808, e era composto por 60 mil peças. Entre as raridades estão a primeira edição de Os Lusíadas, de 1572.

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FABIO MOTTA/ ESTADAO Renovada. Obra, de R$ 10,7 milhões, durou um ano e meio

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