O Estado de S. Paulo

Raiva humana já deixou pelo menos 12 mortos no Pará

Especialis­tas afirmam que precárias condições sanitárias da comunidade estariam contribuin­do para o surto

- Roberta Jansen / RIO

Pelo menos 12 pessoas morreram vítimas de raiva humana desde o início do ano na paupérrima comunidade de Melgaço, no arquipélag­o de Marajó, no Pará, município com o menor Índice de Desenvolvi­mento Humano (IDH) do Brasil. Até agora, foram 14 casos notificado­s e sete confirmado­s laboratori­almente pelo Instituto Evandro Chagas e pelo Instituto Pasteur.

Técnicos da Secretaria de Saúde do Pará permanecem na região até julho, fazendo um trabalho de investigaç­ão e prevenção. Há cerca de 30 dias não há registro de novo caso ou suspeita e a pasta considera a situação sob controle.

Para especialis­tas, as precárias condições sanitárias da comunidade estariam contribuin­do para o surto de raiva no município, onde as pessoas são tão pobres que não teriam dinheiro sequer para colocar telas nas janelas, evitando a entrada dos morcegos. A maioria dos habitantes vive em palafitas, com esgoto ao ar livre.

O Ministério da Saúde informou que o País está próximo da eliminação da doença. Em 2017, foram registrado­s seis casos de raiva humana – um em Pernambuco, um em Tocantins, um na Bahia e três no Amazonas, todos causados pela variante do vírus que circula entre morcegos.

Oferta. O ministério informou ainda que não há falta de vacinas antirrábic­as caninas. Para este ano, estão previstas 29,5 milhões de doses, que já estão sendo distribuíd­as nos Estados. A maioria deles, no entanto, realiza as campanhas de vacinação entre setembro e novembro.

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MARCELO LELIS / AG. PARÁ- 23/5/2018 Vacinação. Há 30 dias, nenhum novo caso é relatado

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