Alta de 53% nos casos em animais põe SP em alerta
Já houve 101 registros no Estado desde o início de 2018; possíveis transmissores, morcegos estão sendo procurados
De janeiro até ontem, houve no Estado de São Paulo 101 registros de raiva em bovinos, equinos e suínos, além de dois casos em animais domésticos. O aumento foi de 53% ante o mesmo período de 2017, quando houve 66 casos. Os dados são da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
A tendência de crescimento já havia sido observada no ano passado, quando houve 196 casos em bovinos, equinos e ovinos, ante 105 em 2016. Esses registros têm levado a alertas sanitários no interior. A doença, de alta letalidade, pode ser transmitida para o homem, principalmente pela saliva do animal doente. Em Angatuba, na região de Itapetininga, a Defesa Agropecuária confirmou na sextafeira o vírus em um cavalo, que morreu com sintomas de raiva. Na mesma propriedade, foi encontrada uma colônia de morcegos hematófagos – que se alimentam do sangue dos animais –, possíveis transmissores da doença.
Em Monte Mor, região de Campinas, oito animais morreram este ano. A doença atingiu bovinos e equinos jovens e adultos. Jundiaí teve cinco mortes confirmadas este ano.
Inspeções. Segundo o médico veterinário Paulo Antonio Fadil, responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, nas regiões com casos positivos estão sendo realizadas inspeções para o controle de focos do morcego.
Este ano, foram feitas 1,6 mil inspeções em abrigos, com 2,9 mil morcegos hematófagos capturados. “Sempre que há suspeita ou diagnóstico positivo para raiva animal, uma equipe de controle é mobilizada para realizar a fiscalização no entorno do foco”, explicou Fadil.
O controle da raiva em animais domésticos, como cães e gatos, é feito pela Secretaria da Saúde por causa da maior proximidade desses animais com o homem. Em maio, foi confirmado um caso em um cão, em Santa Fé do Sul, no noroeste paulista. O animal morreu e a vacinação de cães e gatos, prevista para outubro, foi antecipada para o início de junho.
Em Piracicaba, um gato morreu com a doença no bairro Ibitiruna e gatos foram vacinados em um raio de cinco quilômetros. A Vigilância Epidemiológica aplicou soro e vacina nas pessoas que tiveram contato com o animal. Em Americana, foi confirmada a raiva em um morcego encontrado morto no bairro Ibitiruna. Cães e gatos da região estão sendo vacinados.