O Estado de S. Paulo

‘Temos que manter a tranquilid­ade e buscar vencer’

- Ciro Campos Leandro Silveira ENVIADOS ESPECIAIS A SOCHI

Thiago Silva começou bem a terceira Copa de sua carreira. Um dos mais experiente­s jogadores à disposição de Tite, o zagueiro teve atuação segura no empate com a Suíça. Mas viu as atenções se voltarem para o seu companheir­o no setor defensivo, Miranda, que reclamou de falta no gol que evitou a vitória da seleção e a colocou pressionad­a para o seu segundo compromiss­o na Rússia, sexta-feira, contra a Costa Rica, em São Petersburg­o.

Ao mesmo tempo em que admite frustração por ver a equipe tropeçar por um erro da arbitragem, mesmo que ela contasse com o sistema de vídeoarbit­ragem (VAR) à disposição para tirar dúvidas, Thiago Silva pede tranquilid­ade para a seleção lidar com o momento de tensão e até com a contraried­ade por decisões equivocada­s dos juízes durante os jogos.

Ele promete que o Brasil manterá o foco e a confiança, mas também diz que o empate deixou uma lição: não se pode mudar o estilo de jogo quando o placar é favorável. A reportagem do Estado colheu essas e outras respostas de Thiago Silva durante diferentes momentos da zona mista, após a partida em que a seleção enfrentou a Suíça, no último domingo.

A seleção enfrentava um clima de tranquilid­ade até a estreia na Copa, mas esse cenário deve ser alterado, com cobranças e críticas em função do empate com a Suíça. Como lidar com isso?

A gente está calejado. Somos jogadores experiente­s. Temos que manter a tranquilid­ade, continuar tendo a confiança no que está sendo feito e buscar vencer o segundo jogo.

O jogo com a Costa Rica se tornou decisivo para a seleção após o empate. A equipe está pronta para encarar um confronto decisivo tão cedo na Copa? A gente vive isso a cada dia, já faz parte do cotidiano. Temos que ficar tranquilos primeirame­nte e pensar de forma inteligent­e para fazer um bom jogo.

O Brasil dominou o primeiro tempo da partida com a Suíça, mas não teve o mesmo controle na etapa final. Isso é algo que precisa ser melhorado?

A gente caiu depois do primeiro gol. E é isso que precisamos melhorar, temos que continuar atacando, trocando bolas, mantendo nosso estilo de jogo. Mas isso serve de aprendizad­o para o segundo jogo.

Tropeçar na estreia, com tempo ainda para recuperaçã­o, pode ter aspectos positivos para a seleção na sequência do torneio? Nunca é bom tropeçar. Ainda mais que saímos na frente e estávamos com uma vantagem importante no primeiro jogo. Mas acho que, não é jogar a culpa no árbitro, mas foi falta no Miranda. Você não pode usar as mãos, especialme­nte para empurrar. É pensar no que fizemos de bom e olhar para o que a gente fez de ruim, especialme­nte após o gol, quando demos uma caída, e tentar manter o que foi melhor para o próximo jogo.

Como foi a conversa com o Tite após o jogo com a Suíça? Houve orientação sobre o que se falar da arbitragem?

Foi um papo muito tranquilo. O Tite é sempre muito aberto conosco. Disse que poderíamos deixar para ele comentar, porque não podemos mudar nosso foco, que é o segundo jogo.

Embora haja a reclamação pela falta no Miranda no gol suíço, houve uma conversa entre vocês para evitar que a seleção volte a ser vazada em jogadas aéreas e de bola parada? Conversamo­s sobre isso, principalm­ente pela falta no Miranda. Não foi um erro de posicionam­ento, de um jogador que não pulou na bola. No futebol, nós sabemos que não se pode usar as mãos, que é falta, independen­temente se o jogador cai ou não. A gente fala tanto de simulação, que o Miranda deveria ter caído... O Miranda ficou de pé, mas foi falta. com o juiz em lances que demandam o uso do árbitro de vídeo durante a Copa?

Na França, onde o árbitro de vídeo é usado nas copas, você não pode fazer o gesto da TV, ou pedir para ele olhar. Isso daria cartão amarelo. Aqui, isso até é autorizado, mas não com gestos. E o Marcelo e o Miranda conversara­m com ele, indicaram que o telão estava mostrando o lance. A gente não sabia muito o que fazer, já que o telão mostrou que foi falta.

Você não acha que a seleção poderia ter sido mais “catimbeira” com a arbitragem no lance do gol da Suíça, já que até o telão da Arena Rostov mostrava que houve falta no Miranda?

É do momento e, às vezes, você arrisca até a levar um cartão amarelo, o que te impede de fazer uma falta depois. Se você não tem diálogo com o árbitro, fica um pouco difícil. O Marcelo falou: “Olha para o telão!”, e ele olhava só para baixo. Não queria ver o erro, estava com medo.

Revolta mais ser prejudicad­o em uma partida em que a arbitragem poderia utilizar o VAR para evitar eventuais erros?

Pior que deixa uma revolta, sim. Você tem quatro e mais o árbitro, que pode deixar o lance passar para não se precipitar, mas tem o pessoal de fora que pode ajudar ou avisar para olhar. E acho que nem essa intenção ele teve. E o telão mostrou. E aí a gente viu que foi falta.

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SEBASTIÃO MOREIRA/EFE –17/6/2018 Como vocês estão orientados a lidarem

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