CBF pede explicações sobre arbitragem
A CBF enviou ontem uma carta à Fifa protestando contra a não utilização do árbitro de vídeo na partida de estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo, domingo, contra a Suíça. A razão foi a não marcação de falta de Zuker em Miranda no lance que resultou no gol de empate dos suíços – o jogo terminou em 1 a 1. No documento, a entidade cobra explicações e pede acesso ao áudio da conversa entre os árbitros que estavam no campo em Rostov e os responsáveis pelo VAR, baseados em Moscou.
“Respeitosamente, a CBF solicita receber as gravações de vídeo e áudio do VAR, tudo para verificar o que realmente aconteceu”, solicita a CBF em trecho da extensa carta assinada pelo chefe da delegação brasileira na Rússia, CEO da entidade e futuro presidente, Rogério Caboclo, que descreve detalhadamente todos os instantes das jogadas consideradas polêmicas.
Além do lance envolvendo Miranda, a CBF entende que o árbitro de vídeo também deveria ter sido acionado na jogada em que o suíço Akanji segurou o atacante Gabriel Jesus dentro da área da Suíça, o que poderia ter resultado em pênalti a favor do Brasil. Mas, nesse caso, o próprio técnico Tite entendeu ter sido um lance interpretativo.
Na carta, porém, a CBF defende que a não marcação favorável ao Brasil em ambos os episódios mostra “erros claros” da arbitragem e, por isso, o árbitro de vídeo deveria ter sido utilizado.
A Fifa tratou de defender os juízes. Disse estar “satisfeita” com a atuação dos árbitros da partida entre Brasil e Suíça e que a única falha cometida foi ter mostrado no telão do estádio o lance polêmico envolvendo Miranda e Zuker. A entidade também ironizou o fato de os acontecimentos na partida em Rostov terem sido ligados à política do futebol ou ao enfraquecimento da CBF.
Estratégia. Mas a ofensiva da entidade brasileira causou desconforto na Fifa. No início da noite de ontem, o clima era de inconformismo com a atitude agressiva da CBF.
Além do aspecto técnico, porém, há uma conotação política no protesto da CBF. O Estado apurou que o outro objetivo da entidade é que a carta sirva como uma declaração de força. Isso porque, depois de um período de enfraquecimento por causa do ostracismo voluntário a que o ex-presidente Marco Polo Del Nero se impôs – deixou de frequentar a entidade porque não podia sair do Brasil para não ser preso – e do seu banimento do futebol, a entidade começa a entrar numa nova fase.
O futuro presidente, Rogério Caboclo, participou ativamente da elaboração da carta. Ele quer ser cada vez mais ativo nas relações com a Fifa. /
A CBF solicita receber as gravações de vídeo e áudio do VAR, para verificar o que aconteceu
Carlos Caboclo,
EM CARTA
À FIFA