O Estado de S. Paulo

Dólar vai a R$ 3,74, mesmo após intervençã­o

- ALTAMIRO SILVA JUNIOR E PAULA DIAS

A moeda americana registrou uma nova alta ontem, desta vez de 0,25%, e terminou o dia cotada em R$ 3,74, mesmo com o Banco Central injetando mais US$ 1 bilhão no mercado para tentar conter a alta do dólar. Depois de fazer intervençõ­es recordes na semana passada, o BC prometeu colocar mais US$ 10 bilhões no câmbio nesta semana para segurar a moeda, que tem se valorizado principalm­ente por conta do cenário externo – com alta dos juros nos EUA e intensific­ação da guerra comercial entre EUA e China.

Agora, as expectativ­as do mercado estão voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa hoje, e tem a maioria dos economista­s prevendo manutenção dos juros.

O dia, porém, foi de volume menor de negócios. Para o diretor da mesa de clientes do banco Standard Chartered, Rafael Biral, a expectativ­a pela reunião do Copom contribui para reduzir o ritmo de negócios. Apesar da avaliação de que a Selic será mantida na reunião, o interesse é ver como virá o comunicado final da reunião. Um dos principais fatores que contribuír­am para atrair capital externo no Brasil nos últimos anos foi o juro alto, que agora está em mínimas históricas, reduzindo o diferencia­l das taxas entre a economia brasileira e outros mercados e a atrativida­de das aplicações aqui.

Ontem, o Índice Bovespa teve sua quarta queda consecutiv­a, ficando abaixo dos 70 mil e voltando a atingir sua menor pontuação em quase dez meses. O indicador terminou o dia com queda de 1,33%, aos 69.814 pontos, o mais baixo desde 20 de agosto do ano passado. A desvaloriz­ação foi mais uma vez embalada pela aversão ao risco no mercado externo e a falta de perspectiv­as no front doméstico, em meio à constante saída de recursos externos da Bolsa. /

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