O Estado de S. Paulo

Entidades dizem ainda querer conciliaçã­o

Para representa­ntes de magistrado­s e de procurador­es, decisão da AGU não esgota tentativa de encontrar consenso

- / B.P.

Representa­ntes de associaçõe­s de magistrado­s e de procurador­es que fizeram parte da mesa de negociação sobre a concessão do auxílio-moradia afirmaram ao Estado que a posição encaminhad­a pela Advocacia-Geral da União (AGU) não esgota a tentativa de conciliaçã­o. Na visão das entidades, caberá ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux decidir o que fazer a partir de agora. A assessoria do ministro afirmou que ele não comentará.

O presidente da Associação Nacional dos Magistrado­s da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, afirmou que pedirá uma agenda oficial com Fux “para saber qual será o próximo encaminham­ento”. “Não temos informação de que seja a finalizaçã­o do procedimen­to. A AGU se colocou à disposição para o que houver”, disse Feliciano. A associação defendeu na negociação a recomposiç­ão anual dos salários.

“O ofício enviado pela ministra Grace Mendonça materializ­a o que foi discutido até agora, com as posições das partes. Cabe ao ministro Luiz Fux agora, como relator, decidir quais providênci­as deverão ser tomadas”, afirmou Fernando Mendes, novo presidente da Associação dos Juízes Federais Brasileiro­s (Ajufe).

O presidente da Associação Nacional de Procurador­es da República (ANPR), José Robalinho, também entendeu que não estão fechadas as portas para uma conciliaçã­o. Segundo ele, já era sabido desde o início que seria necessária edição de lei para solucionar a questão do auxílio-moradia.

Sem proposta. Apesar da visão das associaçõe­s, a manifestaç­ão enviada pela AGU não apresentou nenhuma proposta objetiva nem trouxe nenhum pedido ao ministro Luiz Fux.

Para o presidente da Anamatra, não há prejuízo no fato de as ações terem sido retiradas da pauta de julgamento do Supremo três meses atrás e não ter se chegado a uma solução. “O caminho negociado, se vingar, é sempre menos traumático. Para credores e devedores”, disse Feliciano.

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