CBF banca cartolas brasileiros na Rússia
Entidade gasta até R$ 3 milhões com dirigentes convidados
Passeios pelos principais pontos turísticos de Moscou, jantares, compras. Essa tem sido a doce vida dos presidentes de federações estaduais que aceitaram o convite da direção da CBF para vir à Rússia durante a Copa do Mundo. A entidade justificou o convite alegando ser boa oportunidade para que os dirigentes tivessem acesso a discussões e práticas administrativas que os ajudariam a melhorar a organização do futebol. Mas, até agora, fazem basicamente uma viagem de férias.
Isso porque o único compromisso marcado será no dia 26, um encontro com integrantes da Fifa. “Tem uma reunião dentro da programação da CBF e Fifa no dia 26. São várias situações com relação ao desenvolvimento do futebol, alguns debates que são interessantes, muita discussão sobre o árbitro de vídeo”, disse ao Estado o presidente da Federação Bahiana, Ednaldo Rodrigues. Até lá, clima de férias.
Os dirigentes ficarão no paíssede da Copa até 28 de junho, dia seguinte ao terceiro jogo da seleção na primeira fase, contra a Sérvia. Alguns, como o presidente da Federação Gaúcha, Francisco Novelletto, planejam voltar nas quartas de final. Mas aí terá de pagar suas despesas. A CBF só arca com os gastos de transporte, alimentação e hospedagem na primeira fase.
A seleção está em Sochi, mas a cartolagem parou em Moscou. Estão espalhados por vários hotéis cinco-estrelas, como o Ukraina (diária de R$ 1.195) e o Holiday Inn. Alguns trouxeram as esposas – mas nesse caso tiveram que pagar as despesas do próprio bolso.
O presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, está na Rússia. Opositor na CBF – tentou lançar-se candidato à sucessão de Del Nero, mas seus planos foram torpedeados ainda na fase de coleta das assinaturas – está em Moscou. Mas, há algumas semanas, disse que ele mesmo bancaria a viagem.
A caravana para a Rússia – estendida para cinco presidentes de clubes da Série A do Brasileiro e cinco da Série B, definidos por sorteio – foi prometida em dezembro pelo então presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, hoje banido pela Fifa do futebol. Na época, ele começava a articular a candidatura de Rogério Caboclo à presidente. Eleito, Caboclo assume em abril próximo.
Os custos da viagem dos dirigentes não são revelados, mas a estimativa é entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.