Senegal derruba Polônia e sonha reviver feito de 2002
A seleção de Senegal demorou mais do que o costume para sair do gramado do estádio do Spartak, ontem, em Moscou. Mas a justificativa foi boa – o time havia acabado de conquistar uma importante vitória em cima da Polônia por 2 a 1, na abertura do Grupo H da Copa do Mundo, e estava comemorando com a sua pequena torcida, em uma dança cheia de gingado e muito colorida. Foi a primeira festa africana no Mundial da Rússia.
Senegal não era considerado o favorito antes da partida começar e ainda precisou encarar a força de quase 40 mil poloneses nas arquibancadas. Sua torcida era a típica das seleções da África – homens e mulheres com roupas coloridas, felizes por estarem na Copa e cheios de instrumentos musicais, como chocalhos, afoxés, agogô, entre outros parecidos.
Aliou Cissé é o técnico do time senegalês, que tem no craque e camisa 10 do time Sadio Mané, sua maior arma para chegar à meta adversária. Cissé sabe bem como comemorar vitórias. Ele era o capitão da seleção africana na Copa do Mundo de 2002, disputada na Coreia do Sul e no Japão, quando a equipe parou apenas nas quartas de final. A derrota para a Turquia veio na prorrogação, mas depois de vencer a França na estreia, empatar com Dinamarca e Uruguai e ainda bater a Suécia por 2 a 1 nas oitavas de final.
Cissé era volante, dos bons, e os volantes não costumam entrar nas dancinhas comemorativas. Mas, em 2002, ele dançou e festejou. Assim como fez ontem, em Moscou. No primeiro gol, cerrou os punhos e deu leve sorriso. No segundo, abraçou colegas da comissão técnica. E, depois do jogo, estava com o grupo na comemoração junto com os torcedores. Será que a história pode se repetir? Com a resposta, o craque do time, Sadio Mané, que joga no Liverpool com o brasileiro Roberto Firmino. “Ainda é cedo para imaginar onde podemos chegar. Teremos mais dois jogos importantes dentro do nosso grupo. Precisamos superar nossos próximos adversários no torneio. Não posso te dizer até onde vamos avançar aqui”, disse o jogador. “É difícil repetir a campanha de 2002, mas vamos tentar.”
O treinador estava satisfeito em sua entrevista após a partida. E revelou a torcida de todo o continente pelo sucesso de Senegal. “Eu garanto que toda a África está nos apoiando. Recebo telefonemas de todos os lugares. Temos orgulho de representar a África”, diz Cissé, o único negro entre os técnicos das 32 seleções da Copa. Aos 42 anos, é também o mais novo de todos. “Nós dominamos a partida e jogamos melhor. Conseguimos controlar o jogo taticamente e emocionalmente. Essa vitória significa que entramos na competição da melhor maneira possível”, disse. “Mas sabemos que será uma partida difícil contra o Japão”, afirmou, já projetando o duelo marcado para sábado, às 12h (horário de Brasília), em Ecaterimburgo.
Do lado da Polônia, muita irritação com a atuação do time. Os dois gols de Senegal saíram após bobeadas da equipe da Europa e o primeiro foi contra do zagueiro Thiago Cionek, brasileiro naturalizado polonês. “Para um jogador de futebol, as piores coisas que podem acontecer são lesão ou gol contra. O gol saiu de um chute que tentei dar cobertura para o goleiro e, infelizmente, saiu o gol contra. Mas o jogo não acabou ali. Podemos fazer muito mais do que hoje (ontem) e não temos tempo para reclamar.”