O Estado de S. Paulo

No topo, até agora

Seleções do continente têm apenas uma vitória em cinco partidas disputadas na primeira fase, que ainda não teve um 0 a 0 no placar

- Matheus Lara Paulo Favero

Rússia vence e confirma dianteira da Europa, que hoje tem Portugal e Espanha em campo.

Se, nas arquibanca­das russas da Copa do Mundo, os sul-americanos estão dando show, com a presença em massa dos torcedores, dentro de campo as seleções têm deixado a desejar. Após 16 partidas realizadas (o duelo entre Rússia e Egito não entra na contagem porque já valia pela segunda rodada), o desempenho é pífio.

Apenas o Uruguai venceu na primeira rodada da fase de grupos em sua estreia enquanto Brasil e Argentina empataram. Já Colômbia e Peru foram derrotadas. O aproveitam­ento de 33,3% contrasta com a edição anterior, em 2014, realizada no Brasil, quando os times da Conmebol conquistar­am 66,6% dos pontos após a rodada inicial da fase de grupos.

Em contrapart­ida, os europeus vêm mostrando força jogando “em casa” e nas partidas que estiveram em campo foram oito vitórias e quatro empates. As únicas derrotas foram de Polônia e Alemanha, atual campeã mundial. O aproveitam­ento é de 66,6% dos pontos – em 2014, na primeira rodada, os filiados à Uefa marcaram 48,7%.

Quando se analisa algumas estatístic­as desta primeira fase, percebe-se que as seleções sulamerica­nas aparecem liderando os quesitos em relação aos outros continente­s futebolíst­icos. Os times da Conmebol são melhores na posse de bola (média de 55,4%), finalizam mais (16,2 por jogo), cometem menos faltas (10,2 por partida) e dão, em média, 477,6 passes.

O sinal de alerta foi ligado na América do Sul para evitar um vexame histórico, mas os números mostram que não há motivo para pânico. Obviamente as equipes do continente estão pressionad­as para conseguir um resultado melhor na segunda rodada e evitar o risco de dar um adeus precoce à Copa do Mundo na Rússia.

Bola na rede. Apesar da quantidade menor de gols na primeira rodada em relação ao Mundial de 2014 (foram 49, contra 38 neste ano), nenhuma partida terminou empatada sem gols nos jogos de estreia. Isso não ocorria desde a Copa de 2002, que foi realizada no Japão e na Coreia do Sul e que terminou com o pentacampe­onato brasileiro.

Em 2006, na Alemanha, Trinidad e Tobago empatou sem gols com a Suécia e a França também passou em branco contra a Suíça. Na África do Sul, quatro anos depois, novamente os franceses começaram o Mundial com 0 a 0, desta vez com o Uruguai. Costa do Marfim e Portugal também não movimentar­am o placar. Em 2014, o empate sem gols veio do embate entre Irã e Nigéria, em Curitiba. Todos eles foram pela primeira rodada do Mundial.

Nesta edição na Rússia, um detalhe curioso dos gols é que as bolas paradas ajudaram a definir muitos placares desta rodada de estreias. Foram nove pênaltis marcados (dois deles desperdiça­dos, um pelo argentino Messi e outro pelo peruano Cueva) e quatro gols em cobranças de falta. Esse tipo de jogada foi decisiva, por exemplo, no jogo do Brasil, já que a Suíça marcou o gol de empate após uma cobrança de escanteio.

Algumas dessas cobranças só foram marcadas graças à atuação do árbitro de vídeo (VAR), principal novidade da Copa. A Suécia venceu a Coreia do Sul por 1 a 0 com pênalti marcado após consulta às imagens do jogo. Outras duas penalidade­s foram anotadas desta forma, a convertida pelo francês Griezmann na vitória sobre a Austrália por 2 a 1, além da desperdiça­da por Cueva na derrota para a Dinamarca por 1 a 0.

Também marcou esta rodada de estreia no Mundial a quantidade de gols contra: foram quatro em 16 jogos. A edição que mais teve esse tipo de gol até agora foi a de 1998, na França, com seis, todos anotados na primeira fase da competição.

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GABRIEL BOUYS / AFP Empolgação. Jogadores da Rússia comemoram gol nos 3 a 1 contra o Egito, resultado que praticamen­te classifico­u a dona da casa para a segunda fase
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