Costa Rica promete atacar e diz ‘não ter medo do Brasil’
“Não temos medo do Brasil e vamos jogar para vencer”. O discurso destemido é adotado por todos os atletas da seleção da Costa Rica, próximo adversário do Brasil pelo Grupo E, amanhã, às 9 horas (de Brasília), em São Petersburgo. Os costa-riquenhos parecem estar imbuídos do espírito de quebrar um tabu de Copas do Mundo: o Brasil nunca perdeu para uma seleção da Concacaf, a confederação que reúne países da América do Norte, América Central e Caribe. “Na seleção da Costa Rica tem muitos jogadores que já jogaram partidas importantes. Somos um país pequenininho, mas já estivemos em Copas do Mundo, já jogamos grandes partidas”, afirmou há dois dias o goleiro Keylor Navas, titular do Real Madrid e capitão costa-riquenho. “Obviamente que antes de cada jogo surge um nervosismo, mas quando virmos as estrelas do Brasil, elas não farão nossas pernas tremerem. Não é como antigamente.”
Keylor fez questão de lembrar a campanha da sua seleção na Copa do Mundo de 2014, quando ficaram em primeiro lugar em um grupo que tinha Itália, Inglaterra e Uruguai, parando apenas nas quartas de final, nos pênaltis, contra a Holanda. “Estávamos no grupo ‘da morte’, com Uruguai, Itália e Inglaterra e ficamos em primeiro. Deixamos o Mundial no Brasil nas quartas de final, nos pênaltis e sem perder nenhuma partida. Essa é a mentalidade que temos que mostrar agora na Rússia, sabendo que não somos inferiores a ninguém, mas que é preciso jogar com humildade, conscientes das nossas possibilidades.”
O meia Celso Borges faz coro com Keylor Navas. “Se somos famosos em algo, é derrubando mitos. Temos condições de fazê-lo. É acreditar nele e fazer bem o trabalho. A história está aí para ser quebrada”, afirmou o jogador do La Coruña, da Espanha.
Apesar de a Costa Rica estar apenas em sua quinta Copa, em uma trajetória que começou em 1990, a equipe já enfrentou o Brasil duas vezes em Mundiais. Na estreia, há 28 anos, em 1990, na Itália, vitória verde-amarela por 1 a 0, com gol de Müller. Em 2002, no Japão e Coreia do Sul, 5 a 2 para os brasileiros, com um golaço de Edmilson, de meia bicicleta.
Celso Borges fala com propriedade do futebol brasileiro. O pai dele é o ex-jogador Alexandre Guimarães, nascido em Maceió, que esteve em campo pela Costa Rica contra o Brasil na Copa de 1990 e comandou a equipe como técnico na goleada sofrida em 2002. Agora, é a vez do filho enfrentar os pentacampeões.