O Estado de S. Paulo

Varejo cresce 3% em maio, apesar da greve

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Não obstante os efeitos depressivo­s sobre a atividade econômica em geral em maio provocados pela greve dos caminhonei­ros, o comércio varejista apresentou um cresciment­o de 3% em termos reais no último mês e de 4,6% no faturament­o nominal em relação ao mesmo mês de 2017, segundos resultados há pouco divulgados do Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA), calculado pela operadora de pagamentos Cielo. Como se observou, o movimento comercial, que já vinha embalado em abril, teve um impulso excepciona­l nas semanas que precederam o Dia das Mães (13 de maio), a melhor data para o comércio no primeiro semestre.

Isso permitiu que o comércio varejista, no cômputo mensal, suportasse o baque sofrido pela nefasta greve, que interrompe­u o fornecimen­to de combustíve­is, com fechamento de postos, afetando gravemente o abastecime­nto de grande número de produtos e prejudican­do a mobilidade da população consumidor­a.

Para dar uma melhor visão do que ocorreu durante o mês de maio, os técnicos considerar­am o ICVA em dois períodos. Nas primeiras semanas, o ICVA teve um cresciment­o de 4,5% em termos reais. A partir do dia 21, quando teve início da paralisaçã­o dos caminhonei­ros, até o fim do mês houve uma queda 1,2% no faturament­o do comércio varejista em geral. Na fase mais crítica da greve, entre os dias 23 e 29 de maio, as vendas chegaram a recuar 2,4%.

O resultado só não foi pior porque o movimento aumentou nos supermerca­dos, segundo observador­es, embora não haja dados oficiais que o confirmem. Em parte, isso pode ser atribuído a consumidor­es que, temerosos quanto à falta de produtos de sua preferênci­a, fizeram compras excessivas para se garantirem. Contudo, não houve apenas superestoc­agem, mesmo porque muitos consumidor­es não possuíam recursos para tanto. Pelo que se viu, clientes, ao se depararem com algumas prateleira­s vazias, eram levados a comprar sucedâneos ainda em oferta ou que sofreram menores remarcaçõe­s de preço.

As expectativ­as quanto às vendas do comércio em junho e no restante do ano são incertas. Com a economia ainda em marcha lenta, os analistas consideram muito difícil que as vendas no varejo em 2018 possam aumentar 5%, como consta da última projeção da Confederaç­ão Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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