O Estado de S. Paulo

Padarias viram concentraç­ão de paulistano­s em jogo matutino

- Bruno Ribeiro

Muita gente que não pôde assistir à partida de ontem em casa lotou as padarias de São Paulo. Às 7 horas da manhã, muitos enfrentara­m filas gigantes e se espremeram entre balcões e mesas das padocas paulistana­s para assistir a uma partida repleta de tensão, mas que terminou aos gritos e aplausos.

Em uma padaria da Rua Estados Unidos, nos Jardins, zona sul, a fila das encomendas assustou. Um dos gerentes do lugar, que funciona 24 horas, afirmou que 3 mil pessoas passaram por ali – a média diária é de 5 mil. “Vendemos dois quilômetro­s de sanduíches”, disse.

A comerciant­e Telma Porto aproveitou para torcer. “Vou levar uns sanduíches para as meninas. A loja só abre às 10h, mas a gente combinou de chegar antes e assistir ao jogo aqui, para ninguém ter de sair de casa na hora da partida e não poder assistir”, afirmou, toda paramentad­a de verde amarelo.

As mesas e cadeiras viraram arquibanca­das. Neymar não ouviu, mas foi cobrado também nos balcões da capital. Quando o árbitro holandês Bjorn Kuipers gesticulou que o camisa 10 falava demais, os frequentad­ores de uma abarrotada padaria na rua Haddock Lobo, na Bela Vista, foram ao delírio.

Um grupo, todos funcionári­os de um escritório na Avenida Paulista que foram liberados para o jogo, crucificou e depois beatificou o jogador. “Ele só cai, só se joga, só quer atenção. É mimado demais”, reclamou a supervisor­a de qualidade Ingrid Tomás Pessoa, de 31 anos.

A euforia do resultado final, e do segundo gol nos acréscimos, acabou tendo de se transforma­r em paciência para encarar a saída das padarias e a volta ao trabalho. Todo mundo tinha hora para voltar ao batente. E a fila para pagar estava enorme.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Lotada. Torcedores assistem ao jogo em uma padaria de SP

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