‘The Economist’
Erdogan, presidente da Turquia, merece ser derrotado.
O governo da Turquia, acusado de exercer grande pressão sobre os partidos opositores durante a campanha para as eleições de hoje, criticou ontem os observadores internacionais que inspecionarão a votação. “Estão se comportando como porta-vozes de estruturas políticas marginais”, disse ontem o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, em declarações transmitidas pelo canal CNNTürk.
Em uma reportagem, a agência semioficial turca Anadolu acusou ontem a missão de observação formada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) de ter um plano para “semear o caos” com acusações de fraude.
As eleições antecipadas convocadas pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, com as quais ele busca se manter no cargo para um novo mandato e com maioria parlamentar, são cruciais. Com o novo poder começará a reger a nova Constituição e prerrogativas que reforçam o poder presidencial após a reforma adotada no ano passado.
O chefe de Estado agitou em abril o calendário político ao anunciar o adiantamento das eleições originalmente marcadas para 3 de novembro de 2019. A decisão, aparentemente, foi motivada pelo medo da crise econômica que atinge o país com uma enorme queda na lira turca, a inflação de dois dígitos e um déficit significativo na balança de conta corrente.
Embora favorito, analistas avaliam que Erdogan não vencerá no primeiro turno e seu Partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP) pode perder a maioria no Parlamento.