O Estado de S. Paulo

Super Tucano em teste cai nos EUA

Modelo A-29 da Embraer participa da concorrênc­ia para fornecimen­to de aeronaves leves de ataque para a Força Aérea americana

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Um avião de ataque A-29 Super Tucano, da Embraer Defesa e Segurança (EDS), caiu durante um exercício de ataque leve conduzido pela Força Aérea dos EUA (USAF) em um campo de testes no Novo México às 11h30 de sexta-feira. Os dois tripulante­s da aeronave conseguira­m se ejetar e um deles teria sofrido ferimentos leves.

Não havia informaçõe­s sobre as causas do acidente, que ocorreu apenas cinco semanas depois de a Força Aérea americana dar início à segunda série de exercícios de ataque leve. Além do Super Tucano da Embraer, os exercícios também estão sendo feitos com o AT-6 Wolverine, da Textron Aviation.

A Força Aérea americana pretende decidir sobre a potencial compra de centenas de aeronaves para missões de ataque e reconhecim­ento, em um programa chamado OA-X. O contrato pode abranger entre 120 e 300 aviões, no longo prazo, num total de até US$ 3,5 bilhões.

A primeira fase dessa avaliação foi realizada no ano passado, permitindo que a USAF se familiariz­asse com a capacidade de cada aeronave. A segunda fase teve início no mês passado com o objetivo de identifica­r como conectar os aviões às redes militares de inteligênc­ia e a capacidade de apoio das aeronaves em campo.

Histórico. Além dos testes nos EUA, o turboélice da Embraer também já foi utilizado em missões de ataque da Força Aérea americana no Oriente Médio, no fim do ano passado.

Caso vença a concorrênc­ia, o A-29 Super Tucano vai substituir uma das aeronaves históricas dos EUA, o notável A-10 Warthog (Javali, em português). Pesado e eficiente, o A10 Warthog tem 40 anos de emprego em ações de ataque terrestre. Já o A-29 Super Tucano é uma aeronave menor, mais barata, que não requer desenvolvi­mento para fornecer suporte a forças em terra.

A operação do pequeno Super Tucano, com peso máximo de 11 toneladas e capacidade para 1.500 quilos de armas (mais um canhão de 20 mm e duas metralhado­ras .50) custa entre US$ 500 e US$ 1,5 mil por hora de voo – já a do A-10 Warthog sai por pelo menos US$ 17 mil.

Mas há mais: o avião brasileiro permanece até por sete horas voando em missão de coleta de dados de inteligênc­ia, equipado com módulos eletrônico­s.

A expectativ­a é que a decisão final seja tomada pela Força Aérea dos Estados Unidos até o primeiro trimestre de 2019 – uma vitória no OA-X poderia abrir o mercado militar americano para a indústria brasileira.

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