Bélgica goleia Tunísia e amplia invencibilidade para 21 jogos
Em uma cidade da periferia da Bélgica, o pequeno Romelu Lukaku, então com 6 anos, chegou da escola com fome naquele dia. Só tinha pão e leite. Quando se sentou à mesa, percebeu que a mãe discretamente misturava água no leite para que rendesse mais. Foi nesse dia que ele decidiu ser jogador de futebol. Ontem, o atacante que nasceu em uma família congolesa que foi tentar a sorte na Europa conseguiu se igualar a Cristiano Ronaldo na artilharia da Copa com quatro gols. Com os dois que fez, a Bélgica goleou a Tunísia por 5 a 2 em Moscou e se classificou às oitavas de final.
Completaram o placar o meia Hazard, com outros dois gols, e o atacante Batshuayi. O trio liderou um jogo previsivelmente tranquilo que garantiu a classificação antecipada no Grupo G. Depois de fazer 3 a 0 no Panamá, o time de Roberto Martínez passeou em campo de novo.
Vinte anos depois de sua promessa, feita à mesa com o pão e leite (mais água), Lukaku é uma espécie de flecha para o poderoso meio-campo belga. Ele é o maior artilheiro da história da seleção: 40 gols em 71 jogos. Ele saiu contundido do jogo de ontem e pode ser poupado.
Ele não joga sozinho e finaliza jogadas construídas por atletas acima da média, que prometem dar trabalho na Rússia. E a Bélgica poderá estar no caminho do Brasil nas quartas de final. A geração belga despontou talentosa quatro anos atrás e está mais madura. Ontem, completou 21 jogos de invencibilidade.
Claro que a partida em Moscou não serve de parâmetro, até pela fragilidade do rival, mas acentua o fiasco africano no torneio até agora. Em nove jogos, os africanos perderam sete. Já estava 2 a 0 antes dos 20 minutos. A Bélgica até trocou titulares na etapa final, entre eles, Lukaku, aplaudido de pé.