O Estado de S. Paulo

Exportaçõe­s se recuperam após a greve

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A média diária de exportaçõe­s de US$ 1,114 bilhão na semana de 11 a 17 de junho indica que começou o processo de normalizaç­ão das vendas externas, gravemente afetadas pela greve dos transporta­dores. O recuo das exportaçõe­s não chegou a provocar maiores apreensões com relação ao balanço de pagamentos, mas era um elemento a mais a prejudicar a atividade econômica, afetada pelo movimento paredista e pela política errática adotada pelo governo para enfrentar o problema.

Na primeira semana de junho, a média diária de exportaçõe­s foi de apenas US$ 737,7 milhões e, na segunda semana, de US$ 825,1 milhões. Com a recuperaçã­o verificada na terceira semana de junho, a média dos primeiros 11 dias do mês atingiu US$ 948,5 milhões, superando em 3,5% a média de maio e em 3,9% a média anual de 2018. Em parte, os resultados podem ser atribuídos ao atendiment­o de contratos de exportação que podiam ser cumpridos com atraso. Mas uma parcela das vendas foi perdida, em especial, no caso de bens perecíveis.

A comparação entre as primeiras três semanas de junho de 2017 e junho de 2018 mostra que predominar­am as exportaçõe­s de manufatura­dos, com cresciment­o de 13,5%, ajudadas por óleos combustíve­is, aviões, óxidos e hidróxidos de alumínio, máquinas e aparelhos para terraplena­gem e tubos flexíveis de ferro/aço. Na mesma base de comparação, as vendas de semimanufa­turados caíram 16,5%, influencia­das por açúcar em bruto, ouro, itens de ferro e aço, madeira e zinco em bruto. Também cederam as exportaçõe­s de itens básicos como petróleo em bruto, carne bovina e de frango, milho em grãos e fumo em folhas. Mas as exportaçõe­s de soja foram favoráveis.

As importaçõe­s foram menos atingidas pela greve e cresceram 14,2% entre as três primeiras semanas de junho de 2017 e de junho de 2018. Por isso, o superávit comercial caiu, em igual período, de US$ 32,6 bilhões para US$ 27 bilhões. O cresciment­o das importaçõe­s é um sinal de que a demanda continua forte no País, acima do que poderia sugerir o ritmo lento da retomada.

O superávit comercial estimado para este ano pelas consultori­as ouvidas para o boletim Focus do Banco Central em 15/6 foi de US$ 58,3 bilhões. Embora inferior ao superávit de US$ 67 bilhões de 2017, é um sinal de vigor das exportaçõe­s.

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