Volume e força na voz são suas grandes qualidades
Onome de Thiago Arancam foi revelado ao mundo musical brasileiro numa tarde de maio de 2004, no Theatro da Paz, em Belém. Finalista do Concurso Bidu Sayão, o tenor chamou atenção de público e crítica pela voz escura, redonda, que lhe garantiu um prêmio –e a ida para a Itália terminar seus estudos.
Não muito depois, ele lançou seu primeiro disco, que fez o crítico Lauro Machado Coelho prever para o tenor, em texto no Caderno 2, um futuro promissor. Futuro que não demorou achegar. Após a mudança para a Europa, o contato com o tenor Plácido Domingo lhe garantiu a estreia em palcos como a Ópera de Los Angeles, cantando Don José na Carmen, de Bizet; também cantaria no S cala de Milão ena Deutsche O per, de Berlim.
No Brasil, sua estreia em óperas foi em 2011, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cantando Tosca, de Puccini, ao lado da soprano Sondra Radvanovsky e do experiente barítono Juan Pons; três anos mais tarde, com Carmen, veio o debut no Municipal de São Paulo, onde, em 2016, cantou coma alemã Nadja Michael na Fosca de Carlos Gomes.
Em todos esses personagens, Arancam revelou suas principais qualidades –como volume e força. Masa maturidade da interpretação foi sendo conquistada como tempo. O tenor, afinal, fez de papéis mais pesados e de corte dramático o feijão com arroz de seu repertório. Uma escolha ousada, em especial para um jovem cantor, mas que tem definido o caminho pelo qual ele estabeleceu sua personalidade como artista.