Como anda o Q8, novo SUV de topo da Audi
Repleto de tecnologias, primeiro utilitário da marca com linhas de cupê chegará ao Brasil no ano que vem, com motor V6 de 340 cv, por cerca de R$ 500 mil
A Audi demorou para entrar na onda dos SUVs com estilo de cupê. Com o Q8, seu primeiro produto do tipo, a marca alemã fez bonito: o modelo de grande porte chama atenção pelas linhas elegantes e mais bem resolvidas que as dos rivais e compatriotas BMW X6 (pioneiro no segmento) e Mercedes-Benz GLE Coupé. Com chegada ao mercado brasileiro prevista para meados do ano que vem, a novidade deverá ter preço ao redor dos R$ 500 mil.
Embora a plataforma seja a mesma do Q7, o novo utilitárioesportivo é mais largo, baixo e ligeiramente mais curto que o “irmão”. Ainda assim, tem nada menos que 4,99 metros de comprimento e 2 metros de largura. No entanto, ao vivo o Audi parece ser bem menos “massudo” que os dados de dimensões de sua ficha técnica sugerem.
Assim como no A5 e no A7 Sportback, as portas do Q8 não têm moldura superior, o que dá um ar mais requintado ao desenho. Outro detalhe sofisticado é o sistema elétrico que fecha as portas suavemente assim que o ocupante encosta no batente.
Tecnológico. Mas é no interior que as diferenças em relação ao Q7 ficam ainda mais evidentes. O Q8 tem, por exemplo, painel bem mais moderno, já presente nos sedãs A8 e A6. Há duas telas sensíveis ao toque no console que comandam todas as funções do carro. A despeito do grande número de possibilidades de ajustes, o sistema é muito intuitivo e bem fácil de usar.
Com visual semelhante ao de um smartphone, a tela superior tem 10,1 polegadas e pode ser configurada para, ao ser ligada, mostrar os aplicativos preferidos do motorista. Um detalhe charmoso é o som de “clique” quando o usuário confirma a escolha de um dos comandos.
A tela inferior, de 8,6 polegadas, tem como prioridade os ajustes do ar-condicionado, mas pode servir de apoio à principal. Além disso, vários comandos podem ser acionados por voz, como a regulagem individual de temperatura interna.
Além de toda a eletrônica disponível, o interior do Q8 é muito confortável e amplo. Os três metros de distância entre os eixos são mais que suficientes para proporcionar muito espaço para os dois únicos ocupantes do banco traseiro. A firmeza da espuma dos assentos garante conforto em viagens longas.
Desempenho justo. Sob o capô do Q8 há um V6 a gasolina de 3 litros, com turbo, que entrega bons 340 cv. Um sistema elétrico de 48 volts (que atua paralelamente ao de 12 v convencional) deixa o carro mais econômico. Chamado por alguns de “híbrido leve”, traz pequenos motores e geradores que ajudam a dar a partida, por exemplo.
Em movimento, o SUV vai bem. Embora não o torne um “canhão”, o V6 move as duas toneladas do carro a contento.
Um dos pontos altos do jipão é seu comportamento em curvas, mesmo as mais fechadas. O mérito é do excelente sistema de eixo traseiro direcional.
Nas estradas sinuosas do entorno de San Pedro de Atacama, no deserto chileno, o Q8 mostrou a que veio. Surpreendeu tanto pela sensação de segurança a bordo, mesmo quando foi muito provocado, quanto pelas repostas diretas da direção.