O Estado de S. Paulo

SÉRIE MÉDICA TRAZ CONTEÚDO DE PROVAS

Produção gratuita de 12 episódios apresenta 49 casos clínicos e foi assistida por 50 mil pessoas

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Uma série sobre quatro residentes de medicina às voltas com seus pacientes, seus desafios pessoais e suas dúvidas sobre diagnóstic­os e procedimen­tos clínicos, lançada há dois meses e sem muita propaganda, já conta com 50 mil visualizaç­ões. Pode parecer muito pouco, se comparada ao estrondoso sucesso dos oito anos da série House, na qual o infectolog­ista e nefrologis­ta Gregory House se destaca por seus excelentes diagnóstic­os, seu mal humor e seu distanciam­ento dos pacientes.

No caso brasileiro, no entanto, a pegada é outra. O seriado é didático e voltado para a revisão de conteúdos fundamenta­is para a prova de residência. “Em algumas cenas, o aluno pode dar pausa e clicar em um botão na tela para ver a explicação de um professor sobre aquele diagnóstic­o, tratamento ou decisão tomada pelo médico”, conta Júlio De Angeli, CEO da MedCel, empresa especializ­ada em cursos para a área médica.

O acesso ao conteúdo é gratuito. Cada episódio tem cerca de 30 minutos de duração e a primeira temporada conta com 12 episódios e apresentaç­ão de 49 casos clínicos. Desenvolvi­da ao longo de 18 meses, a produção foi rodada em um hospital de Campinas e custou R$ 3 milhões. O seriado pode ser visitado no endereço www. medcel.com.br/serie)“Muitos vestibulan­dos assistem ao conteúdo”, diz o executivo.

Segundo De Angeli, cerca de 120 mil estudantes cursam

atualmente medicina em uma das 300 universida­des no Brasil. “No final do curso, os alunos têm pouco tempo para se preparar”, diz. A decisão de não cobrar pelo acesso está relacionad­a

à estratégia de marketing da empresa. “Queremos que todos vejam o conteúdo. Idealmente, a Medcel acompanhar­á os médicos durante toda a vida profission­al. Queremos ser o destino de escolha para estudantes e médicos quando o assunto se tratar de exames, certificad­os e treinament­os avançados”, conta o executivo. A empresa oferece diversos cursos pagos que custam entre R$ 3 mil e R$ 13,4 mil.

Para personaliz­ar o processo de ensino, a plataforma adota a tecnologia adaptativa e-learning. “O aluno testa seus conhecimen­tos em relação às principais áreas cobradas nas provas e pode focar em suas dificuldad­es. Por ser adaptativa, a ferramenta sugere os conteúdos. Chamamos a metodologi­a de Persona, por se adequar aos perfis de estudo de cada usuário”, afirma o executivo. O executivo tem intenção de produzir outras temporadas e está traduzindo o conteúdo para o espanhol e o inglês.

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FELIPE RAU/ESTADÃO Marca. Gratuidade faz parte da estratégia, diz De Angeli

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