Especialização corta custos do consumidor
Empreendedor deve prestar atenção no segmento, atrativo para investir
Hoje em dia é difícil encontrar quem possa se dar ao luxo de ter uma empregada doméstica em casa. O aumento de custos para se contratar um funcionário desses, porém, abriu espaço para o aumento de serviços de limpeza e conservação, que registraram uma alta de 6,6% no primeiro trimestre do ano, de acordo com dados da ABF.
O faturamento do segmento, que está entre os cinco que mais cresceram no período, chegou a R$ 307 milhões.
“É mais barato para o consumidor optar por serviços pontuais. Em vez de um profissional todo dia, ele contrata para um dia só, com um serviço especializado, mais barato”, afirma Carlos Vergili, da consultoria GSPP. Ele ainda aponta o benefício de o consumidor “poupar o próprio tempo” para investir em outras atividades, em vez de fazer ele mesmo as tarefas domésticas.
Para tentar aproveitar essa oportunidade no mercado, a rede Maria Brasileira oferece serviços especializados em limpeza para casas e endereços comerciais. “O Brasil tem 7 milhões de empregados domésticos, é mais do que a população da Dinamarca. Percebemos que faltava profissionalização e resolvemos investir”, diz Felipe Buranello, um dos fundadores da rede.
A empresa iniciou o seu negócio de franquias em 2013 e hoje conta também com serviço de cuidadores para idosos e babás. São 11 unidades próprias e 176 franqueadas.
De acordo com Buranello, a meta é chegar a 210 unidades até o fim do ano. O investimento total para abrir uma franquia sai por R$ 67 mil. Em 2017, a rede faturou em torno de R$ 45 milhões e prevê chegar até R$ 59 milhões em 2018.
A economia com serviços domésticos não é a única tendência no setor. A recessão também contribuiu para mudanças no perfil de compra do consumidor no mercado de produtos de limpeza, segmento que movimentou R$ 22 bilhões no ano passado, segundo dados da consultoria Euromonitor, e deve avançar para R$ 26,6 bilhões em 2022.
Em meio à queda do poder de compra da população, o brasileiro está mais propenso a testar marcas que não estão entre os grandes players do mercado e também produtos em embalagens econômicas.
À frente da rede Ecoville, Leonardo Castelo aposta justamente na venda de produtos de limpeza mais baratos que os principais do mercado. “O consumidor está predisposto a experimentar novas marcas, principalmente quando se oferece qualidade com custo- benefício”, afirma.
Com 270 unidades espalhadas pelo País, a Ecoville pretende ter mais de 300 no final de 2018. A rede possui dois tipos de franquia. A loja, um tipo de “supermercado de limpeza”, sai em torno de R$ 200 mil.
O modelo de microfranquia, que é uma “unidade móvel”, com um carro utilitário para fazer venda direta, de porta em porta, custa R$ 65 mil.