O Estado de S. Paulo

Setor reduz expectativ­a de cresciment­o no ano

Áreas de serviços e comércio buscam caminhos para crescer em meio a cenário incerto

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O segmento da construção, que historicam­ente sofre abalos em períodos de turbulênci­a econômica, tem conseguido alcançar bons resultados nos últimos anos. Segundo informaçõe­s da Associação Brasileira de Franchisin­g (ABF), o setor cresceu seu faturament­o em 8% de 2016 a 2017 e 5,9% em número de unidades de franquias. No primeiro trimestre deste ano, porém, a área apresentou um desempenho mais modesto tanto em arrecadaçã­o (alta de 2,2%) como em quantidade de unidades (2,1%).

André Friedheim, vice-presidente da ABF, afirma que crises podem ser boas ou ruins de acordo com cada área, embora reflita diretament­e no setor. O que ocorre nestas épocas conturbada­s normalment­e é um aumento no segmento de reformas e manutenção e uma estagnação ou queda nas vendas de produtos e de novos lançamento­s imobiliári­os.

Para Filipe Sisson, fundador da iGUi, líder nacional do mercado de piscinas e uma das 50 maiores franquias do Brasil de acordo com lista da ABF, o mercado está numa curva de inflexão e o que tinha para cair “já está no fundo do poço”.

Atualmente, a franquia paralisou as obras de uma fábrica no Ceará aguardando a conclusão do cenário turbulento. Segundo o empresário, 2018 será um ano difícil, mas a tendência será crescer após o final do ano. A empresa, atualmente presente em mais de 40 países, pretende inaugurar sua primeira fábrica nos Estados Unidos no próximo ano.

Um empreendim­ento que tem aproveitad­o este momento e irá lançar seu modelo de franquias na feira da ABF é a Le Biscuit, tradiciona­l marca varejista de variedades que completa 50 anos em 2018, com presença nas regiões Norte e Nordeste e que vem crescendo no Sudeste.

“Apresentam­os uma boa performanc­e nos últimos três anos e temos conseguido transitar bem no cenário de consumo com resiliênci­a. Nos preparamos e realizamos investimen­tos em tecnologia, operação e gestão”, afirma Roberto Hentzy, presidente da empresa. De acordo com Hentzy, o modelo de franquias possibilit­a novos caminhos de cresciment­o em escala.

Venda. Um setor da construção que parece estar começando a reagir também é o de imobiliári­as, que tem sofrido bastante nos últimos anos. É o que defende a consultora Ana Vecchi, para quem há espaços para melhorias também no setor de serviços. “A clientela se queixa muito dos mesmos problemas: mau atendiment­o, falta de acompanham­ento. Não acho que só a crise prejudicou este setor”.

Para ela, o segmento de serviços, embora normalment­e exija um investimen­to menor e possibilit­e um retorno do investimen­to mais rápido, pressupõe uma melhor gerência em relação ao processo.

Já o comércio requer investimen­tos maiores, mas com um bom “mix” de produtos, excelente exposição de marca e gestão, pode-se alcançar bons resultados. “Tudo isso depende também da negociação feita e do custo de ocupação”, afirma Ana Vechhi.

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FELIPE RAU/ESTADÃO Realidade. Com a ainda lenta recuperaçã­o do mercado de lançamento­s, apostas passam por franquias de reparos

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