O Estado de S. Paulo

Delivery e gourmet são os destaques

Marcas emergentes querem se descolar da concorrênc­ia pesada dominada pela redes de fast-food

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O interesse de investidor­es no Burger King, que movimentou R$ 2,2 bilhões em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores, mostra que o setor de alimentaçã­o segue em alta. Em meio à crise, o segmento, que é líder no ramo de franquias, registrou no primeiro trimestre alta de 6,6% no faturament­o, ante o mesmo período de 2017, chegando a R$ 10,59 bilhões, segundo dados da ABF

Nesse cenário, empresas buscam auxílio na tecnologia para vender, como uso de aplicativo­s, e produtos diferencia­dos que vão além do velho hambúrguer para se manterem vivas.

Apesar de a maior parte das vendas ainda serem de pontos fixos, como praças de alimentaçã­o, vistas como âncoras do público de shoppings, o delivery está ganhando mais espaço. Não é à toa que o McDonald’s fechou uma parceria com a UberEats para entregas, numa estratégia para recuperar clientes.

Em 2017, a fatia da venda com entrega foi de 17% da receita. Em 2018, a previsão é chegar a 24%, segundo a ECD Food Service. Vale a pena ficar de olho em modelos de negócios que elegem o delivery como carro-chefe.

Um exemplo de negócios do tipo é a marca Brasileiri­nho, tida como a principal vendedora de comidas típicas do País no aplicativo de delivery iFood. A marca entrega os pratos do cardápio em uma caixa, ao estilo da China in Box. “Enxergamos que o cliente quer fazer o pedido com 10 cliques e sem atrito com atendente”, diz Adriano Massi, um dos fundadores do negócio. A rede, cuja franquia exige investimen­to inicial de R$ 120 mil, conta com 105 unidades e espera fechar

Diferente. Outra aposta do setor são os negócios que procuram escapar da briga direta com as redes de fast-food. Contra essa concorrênc­ia, a Lug’s, que oferece batatas belgas exclusivas e frango com corte especial, quer tornar os pratos com apresentaç­ão gourmet. A ideia é pensar menos como McDonald’s e mais como América ou Outback. “Temos a Lug’s, de refeições para almoço e jantar, uma marca de chopp, outra de sorvete e uma linha natural. Pretendemo­s juntar todas as operações em uma só, a Lug’s All Time Gourmet, que terá investimen­to a partir de R$ 300 mil”, diz o empresário Denilson Lugui.

“As redes de alimentaçã­o ganharam rodinhas nos últimos anos e, de agora em diante, o delivery é uma grande aposta para quem busca investir nesse setor de restaurant­es” Enzo Donna PESQUISADO­R E DONO DA CONSULTORI­A ECD FOOD SERVICE

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ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO Setor em alta. Praças de alimentaçã­o desbancam grandes varejistas de roupas e são considerad­as ‘âncoras’ de público em shoppings no País

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